bala perdida: O Dia em que o Penedo Ruiu

quarta-feira, dezembro 13, 2006

O Dia em que o Penedo Ruiu



Quem frequenta(va) regularmente este pasquim deve ter notado que, infelizmente, anda meio parado devido a uma conjugação de circunstâncias entre as quais, a escassez do assunto, derivado por um lado, do abrandamento do ritmo de trabalho aqui na produtora, e por outro, porque os últimos filmes que andam por aí, seja feita justiça, não abundam em qualidade, e assim já arranjei duas ou três desculpas esfarrapadas para me desculpar a mim e ao restante pessoal da produtora, a falta inadmissível de assiduidade, aqui, onde muita coisa começou.

Escrevo este post, porém, por um motivo bem diferente e num tom, espero, mais sério do que o habitual. É inevitável que as coisas dentro de um projecto se modifiquem ao longo da sua existência, umas iniciativas dão origem a outras, que por sua vez se desdobram e geram ainda outras, e assim sucessivamente, num ciclo ininterrupto de actividades que no fundo estão todas associadas numa corrente da qual é impossível vislumbrar o começo.

Infelizmente para a BALA um desses ciclos fechou-se. O penedo outrora habitado por 3 corpos deixou de o ser. Já não é o mesmo penedo, apesar de ainda existir. Ainda é, porém, algo muito íntimo em que se partilha uma ideia, um ponto de vista, um texto ou uma opinião. Ainda que descabida. Porque ser humano é isto – é ser-se imperfeito. É expressar-se. É sentir e dizer o que se pensa. É criar estas personagens que cada um é. É representar no dia-a-dia aquilo que se é, que se quer ser, ou que pensa ser. E este blog é uma parte disso. Sempre foi. Já o tinha dito antes. É pessoal e é para ser partilhado. Foi criado para encabeçar de uma forma orgânica um projecto que partiu do sonho de fazer algo de diferente. Algo que na nossa realidade não seria possível desenvolver individualmente. A BALA nasceu na perseguição de um sonho, que deve permanecer simplesmente porque o sonho não morreu, apenas abrandou. O penedo está mais vazio mas continua a existir.

E é num tom nostálgico que acabo o post que encerra um ciclo e enceta outro.