O regresso do blockbuster de Verão x3
Ao menos o Jóne, que me arrastou para esta pastelada cinematográfica, ficou igualmente deprimido e terá rumado directamente a casa para enfiar pelos olhos adentro 3 sequelas do Anacondas ou do Alien vs. Predator.
Arranjaram-lhe um compincha. É um puto chato, que passa o filme inteiro a debitar um discurso comuno-cibernético-conspiracional muito em voga por estes dias, assim uma mistura entre Bloco de Esquerda e Linux. O McClane tem que o proteger de uma corja multinacional que mete franceses praticantes de parkour e italianos estereotipados a quem só falta dizer Mamma mia! Che Pizza! enquanto vão metralhando por aí. O chefe da pandilha é o Timothy Olyphant, mais um tipo que vem das séries (Deadwood, uma coboiada de categoria que passa no FOX) e que não chega aos calcanhares da malvadez do Hans Gruber, do tomo inicial, ou do Jeremy Irons, do Die Hard 3. Isto acontece mais por culpa de um argumento fraquito, cuja finalidade exclusiva é deixar fluir as sequências de accção, com um ou dois bitaites do Bruce pelo meio. E essas são boas, apesar de às vezes o McClane parecer mais o Rambo do que um polícia de Nova Iorque, tal a quantidade de malta que avia sem parar para tratar de uma ou duas balas que entretanto se lhe alojaram no coração, coisa pouca.
Um filme que mete o pessoal a dar murros de contentamento no ar e a repetir expressões-cliché logo nos primeiros 10 minutos não pode ser mau. Já não me lembrava de fazer dessas tolices. Foi hora e meia bem passada, entre explosões, nostalgia e o McClane a cair de prédios abaixo. Infelizmente a Holly, a ex-mulher do McClane, não compareceu à festa, mas a filha dele já é crescidita e não fica mal em película. Vamos esperar então pelo quinto capítulo deste serial, de preferência com mais porrada ainda.
Para finalizar este devaneio hollywoodesco, nada como ver um filme do Michael Bay. Sim, esse mesmo, o senhor que gastou mega ziliões de milhões de dólares para fazer o Pearl Harbour, um filme que já foi oficialmente considerado pelo governo americano como uma catástrofe com consequências mais devastadoras que o próprio bombardeamento de Pearl Harbour pelos japoneses. Como medida preventiva, Michael Bay foi encarcerado pelo governo do Tio Sam, um dos irmãos do George W., na prisão de Guantanamo, onde dia sim, dia não era torturado com o recurso à action figure da personagem do Ben Affleck no Armageddon (não se sabe exactamente de que modo a figura terá sido utilizada nessas sessões de tortura, mas advinha-se). Todos os dias pedia para telefonar ao Jerry Bruckheimer, mas ele andava ocupado com o início da produção do novo franchise do CSI, CSI: Massachussets e nunca estava em casa.
Um dia o Spielberg estava a rever o E.T. e, como toda a gente, chorava na parte final, em que o puto se despede do alienígena. Lembrou-se do Michael Bay, lá nos confins de Cuba, o boneco do Ben Affleck como única companhia, e teve pena dele. Telefonou para o George W. a dizer que lhe enviava uma cópia do E.T. autografada pelo próprio extra-terrestre se ele libertasse o Michael Bay. Assim se fez. Quando o Michael Bay voltou a pousar pés nas américas, o Spielberg estava à espera dele no aeroporto com um contrato para realizar o Transformers. O Spielberg é um fixe.
Michel Bayé, j'ai besoin de toi.
O resultado desse encontro infernal entre, respectivamente, um dos gajos mais respeitados do cinema e o gajo menos respeitado do cinema tem uma duração superior a duas horas. Nós, inocentes, de início pensamos em 120 minutos de porrada entre robôs com um ou dois corpos dilacerados de humanos a pontuar a acção de vez em quando para a coisa ter o seu quê de orgânico. Mas não. Afinal, o Michael Bay quis fazer uma espécie de National Lampoon’s Transformers, ou American Pie meets Tron ou coisa que o valha. De todos os cantos surgem disparadas piadas, ao ritmo de duas ou três por segundo, numa lógica de “se falhas uma, mandas mais dez até que uma delas tenha piada”. O pior é que nenhuma delas chega a ter, nem aquela em que o Michael entra em modo auto-irónico, pondo as personagens a gozar com o Armageddon. Depois, há que fazer render a publicidade na colocação de produtos: há um transformer que passa a vida no yahoo (não, não é a pesquisar porno); o ebay surge mencionado umas 50 vezes; os Autobots são todos da General Motors; a dada altura, o personagem principal veste uma t-shirt dos Strokes (tá a vender CDs!); cúmulo dos cúmulos, há uma sequência escrita de propósito só para mostrar um novo telemóvel da Nokia e os personagens repetem o nome da marca umas dez vezes (é um nokia! ah, é um nokia! pois, é um nokia! etc…).
O Michael Bay não perde também a oportunidade para encher o filme com as suas sequências de marca: 12 planos de pessoal a subir para aviões com banda sonora de orquestra triunfante a acompanhar. E, claro, todas as gajas têm que ter estofo para aparecer na capa da Maxim, se fôr preciso, não só a babe do protagonista, mas também a líder dos geeks, que basicamente passa o filme a correr de um lado para o outro montada em saltos altos. Mortos no ecrâ, nem pensar, nem ponta de sangue, inclusive depois dos transformers destruírem a baixa de L.A. inteirinha.
Mas se há coisa que não se consegue estragar são os Transformers. Vá lá, são robôs que se transformam em carros, aviões, tanques, camiões ou até rádios! Criados nos anos 80! Davam na televisão quando a malta era mais cachopa! Há coisa mais porreira que isso? Bem, talvez isto que o compincha jwoofer descobriu no outro dia. No filme, quando a robô-batalha começa, um gajo esquece-se de tudo, até do Michael Bay, e é desfrutar do som da chapa a bater e das sequências em câmara lenta (há uma em que até o Spielberg deve ter chorado) com transformers a saltar por cima dos mísseis. Pelo meio há uma coisa chamada argumento, mas é tão mau que o pessoal limita-se a contar os segundos até à próxima cena de pancada enquanto passa as vistas por uma das tespianas no écrâ.
É para ver a mandar murros no ar e a cantar em falsete:
Transformers
More than meets the eye!
Transformers
Robots in disguise!
Tempo agora de fazer uma cura de blockbusters vendo a integral do João César Monteiro. Ou não. Felices vacaciones!
Etiquetas: blockbusters, eventos cinematográficos, michael bay, opiniao, tiros nos filmes, transformers
12 Comments:
Ja nao me lemblava mas a cancao soa a tel sido esclita pelo Jose Cid (nao eu, o outlo) e cantada por ele tambem!!! Continuo no Japao
Ablaco
Todos sa�dam Megatron!!!
Ha quem diga que o Michel Baia, neto do famoso cozinheiro portugues e sobrinho do guardiao nacional com mais titulos do mundo(esta ninguem sabia!), fez uma especie de storyboard-on-motion para o argumento dos Transformers:
http://www.youtube.com/watch?v=YpkLPgUKVjw
Especial atençao:
00:30 - vertente lacrimegal (lubrificante, no caso).
00:51 - homosexualidade sem consentimento do seu proximo, e consequente mau-estar feminino da Ariel (excluida do filme do michel, criando uma atmosfera robotica de testosterona (ou talvez de pistoes com oleo no caso), sabe-se la porque (eu sei, e tem a ver com o Ben Affleck).
01:08 - Parto massivo atraves de um leitor de cassetes.
01:25 - coito instantaneo (este deve ter doido).
Nada disto aconteceu no filme (apesar de implicito). Tais momentos do storyboard naturalmente aconteceram porque o michel, dado o seu Q.I. de 73, começava a dedicar-se a industria porno para ter dinheiro de modo a aderir a promoçao de cheeseburgers a 1 euro. Mas o Spielberg nao deixou o michel produzir tais momentos explicitos.
Talvez na sequela, quem sabe.
errata:
lacrimal e não "lacrimegal"
errata nº2:
1º momento descrito do video encontra-se a 00:40 e não 00:30.
Optimus Prime é rei. Dito isto, há outro personagem que também domina: o Little Jazz. O pobre anão mecânico (que é por ventura arraçado de africano) morre no fim, deixando o espectador a perguntar-se a si próprio: se até uma máquina morre, tendo em conta que o poder bélico da humanidade é revelado no seu máximo esplendor, como é possível não haver um humanozito sequer, a partir dentes em pleno aço no filme?
Entretanto já tinha saudades de ver o Big Bruce no Big Screen, a fazer um Big Papper com Big Acção. A grande verdade é que o Bruce também é rei, por isso qualquer coisa que faça, é digno de um post do tamanho dos lusíadas aqui no blog.
"Todos saúdam Megatron" (é dizer assim de vez em vez, quando menos se espera e, de preferência, com o punho levantado).
Jóne, glacias pol haveles dito que o little Jazz molle no fim, calaças eu ainda estou no Japão! Já agola conta me também que o Titanic no fim afunda-se a ele e ao lealizadol e aos actoles e aos técnicos todos (leality is stlangel than fiction)
A propósito, o James Cameron também rula. Eu disse "Jazz"? queria dizer "Leo", tens razão toda a razão, esse é que morre no fim (curiosamente, nesse filme também não há ponta de sangue). Rozé, a malta continua à espera que postes aqui nem que seja um clipzito daí, do fim do mundo, para se desmistificar, ou corroborar, o mito que os nativos daí têm meio metro, são amarelos, e têm os olhos em bico.
Zé, tu aí deves ser muito glande!!!
ah, e no Transformers o Megatron afinal era irmão do Optimus Prime. Aí sim percebi tudo!
Pessoal, não julguem que me esqueci só polque ando aqui pelo oliente! Mal possa uploado alguns videos pala velem como o Japão é! Ablaços glandinhos
meu deus! ele esta vivo!! depois dos sismos e tempestades la nos orientes, sid mostrou do que era feito! é que o japao e como portugal: se ha um trovao em chaves este sente-se em faro... ou nao.
É veldade! Foi dificil mas aguentei! Ele é tufões, ele é telamotos mas não há cá nada que dê cabo do espilito do Sid que é mesmo muito glande!! Agola só me falta encontlal a Godzilla pala dal uns calduços a esse lagalto vitaminado! Já fui a Kyoto, Tokyo, Himeji, Osaka e talvez vá até à Coleia agola, quando voltal tento uploadal videos!
Ablaços pó people
Sid
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