bala perdida: Robot Rock

quinta-feira, junho 26, 2008

Robot Rock



Por um momento abandona-se o calor da pista de dança gerida por jWoofer, rumando a uma esplanada que proporcione a sombra necessária para o arrefecimento do cérebro, condição ideal para uma breve dissertação sobre cinema. Nos próximos tempos vão estrear duas películas que desde há meses/anos têm causado especulação q.b. de modo a aumentar exponencialmente as reservas de saliva de muito boa gente.

No caso de Wall-E, mais uma produção da Pixar, a angústia na espera relaciona-se directamente com o grau de infalibilidade que a (desde há pouco tempo) subsidiária da Disney tem apresentado na criação de Obras-primas do Cinema de Animação, três palavras que simplesmente não apareciam lado a lado até essa malta porreira decidir fundar em Fevereiro de 1986 os Pixar Animation Studios. Depois de brinquedos, monstros, peixes, super-heróis, carros e ratos, é a vez das atenções se centrarem num pequeno robot (meio E.T., meio Curto-Circuito - nada a ver com a amostra de televisão na Sic Radical que preenche as tardes de: 1) putos que faltam às aulas e 2) pessoal que fuma muita erva ou/e mete ácidos) de remoção de lixo deixado só e abandonado (que triste!) no planeta Terra depois do mundo ter acabado.



O trailer (acima) e outros previews deixam perceber que é um filme quase mudo, o que pode ser interpretado como um sinal positivo, porque os filmes de animação cheios de diálogos conseguem ser muito chatos - quase todos os que não foram produzidos pela Pixar, incluindo Shreks e sucedâneos. A qualidade maior da malta da Pixar é o empenho que colocam na caracterização das personagens dos seus filmes, na riqueza de detalhes da expressividade e das interacções entre o que muitas vezes não são mais do que objectos estácticos, como o prova a sua primeira e aclamadíssima curta-metragem realizada por John Lasseter em 1986.



RocknRolla, o próximo filme de Guy Ritchie, tem que ser olhado com outro tipo de expectativas. Depois do sucesso dos seus primeiros dois filmes, Lock, Stock(...) e Snatch (praticamente iguais em termos de argumento, mas mesmo assim dois bons filmes), Ritchie fez uma coisa qualquer com a sua novíssima esposa, Madonna, de que nem me lembro o nome e é muito difícil de arranjar até na secção de adultos do vídeoclube da esquina. Passado o tempo necessário para que toda a gente se esquecesse que "aquilo" tinha acontecido e, numa tentativa de regresso ao tipo de cinema que ele sabe fazer bem, surge Revolver, outra vez o mesmo argumento dos dois filmes iniciais, mas (e aqui é que a porca torce o rabo) cruzado com pseudo-interrogações místico-identitárias-esotéricas e... xadrez! Ainda por cima metia um dos gajos dos Outkast a "fingir" que era actor.

Ritchie parece ter tirado daqui uma ilação óbvia: "Não te metas com a malta da música!". Mandou a Madonna dar uma volta e meteu-se ao trabalho de realizar um outro filme, que pela pinta é outra vez a mesma estória de "gangsters vs. nabos em Londres... em câmara lenta". E isso... isso é bem fixe.


Madonna terá voltado a encontrar o amor nos braços (?) de um cavalo, segundo uma entrevista a Mário Augusto a ser transmitida na próxima semana.

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1 Comments:

Blogger juanito said...

A Pixar que, desde o mítico Toy Story, anda a criar maravilhas tri-dimensionais, sugere que mais uma vez, vai estourar com o expectável e fazer de um mero filme, uma montra que tem a capacidade para concentrar tanto intensidade dramática, como técnica digital, para criar um objecto (fiando nos exemplos anteriores) de uma esteticidade desconcertante.

Em relação ao G. Ritchie, aguarda-se ansiosamente o terceiro tomo da saga "gangsters vs. nabos em Londres... em câmara lenta" (como tão bem escreveu Mari no fabuloso regresso à coluna opinativa) depois de Lock Stock e Snatch.

quinta-feira, 26 de junho de 2008 às 23:39:00 WEST  

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