bala perdida: Os Melhores de 2007

domingo, janeiro 06, 2008

Os Melhores de 2007

Naomi Watts, depois de se apaixonar por um macaco (King Kong), opta pela máfia.

Depois de vários dias a votar, os bala-lovers elegeram os melhores filmes de 2007. A votação acabou com um empate técnico entre o filme do Cronenberg, Eastern Promises, e o Apocalypto, de Mel Gibson – o filme que o elevou ao estatuto de mestre. O do Cronenberg é relativamente incompreendido, porque maior parte das críticas assenta sobre uma ideia relativamente absurda que menospreza, tanto este como o anterior – A History of Violence – como sendo exercícios nos quais o Cronenberg deixou de fora o seu lado carnal, e enveredou (ou foi obrigado a) por um caminho mais blockbusteriano. A mim, nu integral do Viggo Mortensen, não me pareceu lá muito fruto de um produto blockbuster, assim como as gargantas degoladas a sangue frio. O Cronenberg simplesmente anda à procura de uma forma de transformar o que outrora encarava de uma maneira mais formal (essa componente carnal e mutante dos seus primeiros filmes), numa experiência mais subtil, que envolve a transformação não apenas física dos personagens mas, principalmente, uma mutação ao nível do subconsciente psicológico. Aí reside a nova mutação dos filmes de Cronenberg. Quanto a mim, essa busca já deu dois objectos extraordinários. Um deles foi um dos melhores filmes de 2007.


O gajo mais sortudo do mundo, incluíndo os vencedores do euromilhões.

O Apocalypto ficará na história por ser, até à data, uma das melhores representações da componente bélica da vida dos Maias. O argumento é sustentado numa acção que se desenvolve com uma tensão moderada, atingindo o apogeu na chegada da civilização ocidental à América do Sul – facto este que não tem qualquer importância no decorrer do filme, sendo apenas uma representação simbólica. Brutalmente coreografado e realizado de uma forma sublime, é para guardar junto dos melhores do ano.

Em terceiro lugar aparece o Zodíaco, muito perto dos primeiros, um bom regresso de Fincher 5 anos após a estreia do mediano Panic Room. A fechar a lista aparece mais um tesouro da Pixar que, desde que foi comprada pela Disney, parece estar a ficar ainda melhor do que antes – algo que se julgava ser impensável. Neste caso foi o Brad Bird, que dentro da hierarquia de realizadores da Pixar, começa a desafiar o John Lasseter (Toy Story 1 e 2, A Bug's Life e Cars). E por fim o filme revelação de 2007, Control, de Anton Corbijn, um retrato brilhante do melancólico Ian Curtis por um homem que conviveu pessoalmente com os Joy Division.

A distribuição dos votos foi esta.

O número de votos, não divulgado, estima-se que esteja perto da centena de milhar.

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1 Comments:

Blogger El Mariachi said...

Vou guardar a maior parte dos comentários para quando já tiver posto os olhos nos restantes 4 filmes que ainda não vi destes 5 "finalistas". Agora se calhar no próximo ano limitavam-se os votos a um por cada endereço de IP, que cheira-me que houve aí alguém que eu conheço que todos os dias dedicou 4 horas depois da janta a carregar no nome do filme do Mel, o anti-semita.

Ou então foi O-Gajo-Lá-De-Cima, aquele que financia os filmes do Melzinho a partir do Céu, desde a ode ao religiosismo pornográfico "A Paixão de Cristo"... Ou então, foram as Laker Girls, essas catraias...

domingo, 6 de janeiro de 2008 às 21:59:00 WET  

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