bala perdida: Indy 4eva

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Indy 4eva



Nada como usar um título arraçado de nome de tema hip-hop - tão em voga nestes tempos em que 90% das crianças com menos de 12 anos trocou a ambição de ser um dia polícia ou bombeiro para optar pela vida de dread - para chamar a atenção para o lançamento do poster oficial daquele que poderá ser o filme mais/menos interessante de 2008 (riscar um deles a partir de 22 de Maio, data de estreia em sala), Indiana Jones and The Kingdom of the Crystal Skull.

A denominação escolhida para o quarto tomo da saga mais louca do cinema contemporâneo, juntamente com a trilogia Regresso ao Futuro, encerra em si um apelo místico-esotérico que faz qualquer fã do "Dáktã Jounz" (como o Minorca lhe chamava enquanto usava uma caixa de sapatos para chegar ao acelerador do carro que conduzia no segundo Indy, o do Templo Perdido ou Maldito, nunca percebi bem) recear pela saúde do filão inaugurado em 1981 por Steven Spielberg, com o auxílio do seu amigalhaço George Lucas. Uma caveira de cristal? Porque não um fémur de pedra-pômes? Ou uma rótula de tofu? Um título que junta ao mesmo tempo as palavras "caveira", "cristal" e "reino" é uma espécie de concentrado de referências vagas.

O que se sabe ao certo é que acção tem lugar nos 50s e o filho do Indy é interpretado pelo puto dos Transformers, aquele com nome de perfume (Shia laBeouf). Infelizmente, no capítulo dos mauzões da fita, os charmosos sacos de pancada nazis foram substituídos por comunas soviéticos, daquele género que se junta a conspirar no café Troika, junto à Praça da República em Coimbra (aquela malta de barba que ainda fuma Português Suave Amarelo).

É esperar para ver, com os dedos a fazer figas para o velhinho Harrison Ford não deslocar a bacia nas filmagens, enquanto foge de calhaus rolantes. Até lá, nada como recordar o primeiro filme da saga, aquele da Arca Perdida, aqui numa versão restaurada de 25 segundos produzida para agradar a um público com A.D.H.D..

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2 Comments:

Blogger juanito said...

Quando Indiana Jones apareceu em cena deburrou barreiras preconceituosas, e tornou finalmente fixe o acto de envergar chapéu de cowboy, e ser historiador. Antes disso apenas Paulo Varela Gomes (presidente da Fundação Oriente, actualmente na Índia) carregava o fardo de ser historiador, e ser fixe, ao mesmo tempo. Jones é, então, uma réplica mais ou menos fiel à original figura de acção, Varela Gomez. Este quarto tomo da aventura, a ser fiel à realidade, será passado algures em Goa a mascar tabaco, a atravessar o Ganges, ou a resgatar relíquias oriundas de templos cristãos do século XVI. Sempre com o chicote debaixo o braço.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007 às 23:29:00 WET  
Blogger juanito said...

Parece que na passada quinta-feira (13 Dezembro) se fez história algures em Coimbra. No cerne da coisa estavam três míticas figuras do campo da cultura urbana portuguesa. Dr. Abílio Hernandez, principal desencadeador (apesar de involuntariamente) desta avalanche de textos e actividades ligadas ao mundo do cinema, denominada Bala Perdida. Esse grande senhor da arquitectura contemporânea portuguesa, Jorge Figueira. E, para fechar o trio, o poeta urbano, El Maricahi (a.k.a. Duarte Nuno). O motivo; a apresentação da tese do último, na qual são analisados, em planos paralelos, a cultura popular, o cinema, o nascimento de Cristo e a fusão nuclear; seguindo-se a sua condecoroação como "mais um pertencente a esta classe prematura de profissionais à qual nobremente se chama Arquitectura". Bem vindo. Um grande abraço manifestado orgulhosamente em hasta pública.

sábado, 15 de dezembro de 2007 às 15:25:00 WET  

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