Vintage 2006 TAGV
Pegando na deixa dada por Lima Ácida, aproveito e faço um apanhado para a malta que quer ver ou rever alguns dos objectos cinematográficos produzidos em 2006. O TAGV que é sem dúvida o melhor que aconteceu a esta cidade - e estou a incluir o aparecimento da BALA, a abertura do Fórum Coimbra e a plantação de Laranjeiras no Parque Verde – presenteia-nos com o já célebre Vintage – um olhar sobre os melhores filmes produzidos no ano passado.
O programa é o seguinte (todos os filmes têm início às 21h30m):
1 Fevereiro quinta-feira
Marie Antoinette da Sofia Copolla
2 Feveriro sexta-feira
Match Point do Woody Allen
7 Fevereiro quarta-feira
Volver do Pedro Almodóvar
12 Fevereiro segunda-feira
A History of Violence do David Cronenberg
13 Fevereiro terça-feira
Brokeback Mountain do Ang Lee
16 de Fevereiro sexta-feira
Inside Man do Spike Lee
23 de Fevereiro sexta-feira
Le Temps Qui Reste de François Ozon
24 de Feveiro sábado
Paradise Now de Hany Abu-Assad
8 Filmes que foram seleccionados para integrar os melhores de 2006, que segundo me parece, demonstram relativamente bem o que se fez durante o ano. Acho que podiam ter integrado um ou outro filme oriental – não me perguntem qual, perguntem ao Rozé, ele é que é o especialista – mas parece que, por exemplo, o The Promise também poderia figurar na lista (o Montanha Quebra-Costas, foi realizado pelo Ang Lee, taiwanês, mas é um filme americano). Parece-me que a lista é bem equilibrada e agrada-me especialmente os primeiros dias, em que um tipo, se fizer directa, terá o privilégio de ver “no mesmo dia” a Kirsten Dunst e a Scarlett na mesma tela. Mais não se pode pedir.
O Maria Antonieta é, para quem já esteve em Versailles ou para quem gosta de pop-rock, especialmente atraente, porque o filme tem essa capacidade de cruzar o “clássico” e o pop. É cool. O Match Point é, evidentemente, o melhor filme do ano e, quem não o viu deve pedir perdão a Deus e rezar bastante, para que ainda haja bilhetes para o ver no TAGV. O Volver, não faço ideia, mas pelo que ouço a malta dizer é digno de se ir ver com os pés lavados com pedra pomes e água rés. A History of Violence foi bom, muito bom mesmo de se ver, e o Cronenberg continua a fazer das suas, mas não de uma forma tão visceral, mais madura provavelmente, em que o recurso ao animalesco é feito de uma forma mais subtil, não tão directa. Uma História de Violência é isso – um Cronenberg, exactamente igual a si próprio, mas com outra linguagem formal. Depois o Brokeback Mountain, objecto que muitos caracteres obrigou a malta a debitar no mundo inteiro e aqui no blog, e que, para mim, é excepcional a vários níveis, incluindo na provocação que faz – com sucesso óbvio – à representação da sociedade actual que continua a olhar para a homossexualidade como algo maléfico que deve ser evitado e condenado a todo o custo. O Inside Man, foi uma desilusão, para mim claro, porque é inconsequente nos temas que aborda, como a corrupção e o racismo. É demasiado tangencial para ser minimamente profundo. Desiludiu-me precisamente porque foi feito pelo Spike Lee e não acho que esteja à altura de obras tão boas como o Malcom X, o Summer of Sam ou o The 25th Hour. O Le Temps Qui Rest, não vi, por isso não me posso pronunciar, ganhou um ou dois prémios no Festival Internacional de Cinema de Valladolid. Por fim o Paradise Now, que parece ser muito bom, ganhou uma data de prémios nomeadamente em Berlim e o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro. Está nomeado para os Óscares também nessa categoria. Resumindo, vamos ter um bom mês de Fereveiro pela frente, porque para juntar ao TAGV Vintage 2006, teremos também um campeonato nacional de futebol ao rubro, em que o Benfica dá espreitadelas ao primeiro lugar ocupado momentaneamente pelo F.C. Porto.
Para a malta masoquista que gosta de ler textos como este, ao longo deste último ano escreveram-se posts sobre alguns dos filmes que vão ser exibidos aqui no burgo conimbricense, é uma questão de procurarem aí na caixa em cima e à esquerda que diz “search”. E escreveram-se textos também sobre biologia marítima e física nuclear, mas esses foram noutros blogs.
Etiquetas: eventos cinematográficos, noticias
8 Comments:
Hoje temos o arranque do tão aguardado Vintage 2006, em que espero que os 3,5 € que custa o papel para entrar na sala, seja o sinónimo de uma exibição de qualidade, que é o mesmo que dizer em película - não em dvd.
No caso de ser uma exibição em dvd, que vem sendo comum na sala de espectáculos da praça da républica, não há outra alternativa senão dar início a um motim e apoderarmo-nos da sala grande, em que depois se seguirá uma greve de fome até que alguém traga até nós celulóide da boa com fotogramas de semi-nús explícitos da Kirsten Dunst e, na sessão de amanha, da Scarlett. No caso de ninguém ligar nenhuma à fúria popular, chamamos o Quim Barreiros e o Arcordeão para tocarem em conjunto músicas populares portuguesas que têm mensagens subliminares nas letras das canções. Assim o protesto tem uma faceta muito mais profunda, porque renegamos ao óbvio e enverdamos pelo caminho poético: "Ponho o carro, tiro o carro..."
"qual é o melhor dia p'ra casar/sem sofrer nenhum desgosto/é o 31 de julho/porque a seguir entra-A-gosto"
Se tal se suceder, o ''efeito'' Quim (cuja intervenção anterior foi de se lhe tirar o chapéu) será perfeito 1º: se aliado ao Rancho Folclórico da Boidobra e 2º: não renegando ao óbvio, mas entoando:
"Sei que os tempos são outros
Eu só encontro judeus
A mim ninguém me tocou
Eu guardo o que Deus me deu"
ou seja, basicamente isto traduz o desespero da Scarllet por 'trabalhar' com o Woddy (se bem que o resultado seja bastante bom), que equivale ao nosso desespero por pagarmos 3,5 € e não menos, ao alugar o belo do filme no video-clube mais próximo.
Portanto, não é que me importasse de assistir a uma manif com o Sr. Barreiros e com o Rancho Folclórico da Boidobra, mas fáxavor de avisar se o insólito se verificar com a Maria Antonieta. Obrigada.
Duvido que alguma coisa nesta cidade seja mais importante que a Bala, mas... E sempre pensei que este fosse o único Blog, mas pelos vistos há outros! Ide lá ver o Vintage que é só filmes bons especialmente o Match Point, pelo menos os dois minutos finais, pena é de se ter que ver o filme inteiro até lá... Ai Woody Woody estiveste bem melhor nos dois filmes da pixar... "Para o infinito e mais além!!"
A projecção do Match Point correu, como se esperaria, sem grandes sobressaltos. Tirando a cabeça do homem que estava à minha frente, que teimava, em intervalos periódicos de tempo irregulares, colocar-se entre os meus olhos e o ecrã.
Se pensar bem nisto, é uma espécie de eclipse que apenas se presencia por dois motivos. Ou se mede menos de 1,30m ou se vai ver filmes a salas que não estão preparadas para o caso.
Já me tinha esquecido do quão emocionante que era o desafio de saber se alguém com mais de 1,50m se sentava à nossa frente tanto no TAGV como no desaparecido Avenida (pelo menos para o cinema). No caso grave de alguém se sentar ali, à nossa frente, com cabeleira farta, ou de pescoço exageradamente alongado, a involuntariedade de quem ficou atrás passava a ser bastante penosa.
Tudo isto para dizer que a sala plana do TAGV até é porreirinha, mas apenas no caso de haver uma ou mais filas de intervalo entre cada resma de pessoas. A acrescentar a isto, é um bocado indecente os 3,5€ para se ver um filme numa sala, na qual:
- até é bonita, mas inadequada
- a projecção é de fraca qualidade (pouca luminosidade, pouco contraste)
- quem não é alto apenas vê metade do filme.
Com isto não quero negar o romantismo que está implícito nesta rotina cultural. A própria cidade de Coimbra é assim - tudo é belo e romântico. Tipo Nova Iorque.
Boas noticias aqui na urbe burgueso-operaria, estreou o muy aguardado filme do Clint Eastwood Letters from Iwo Jima que era suposto ser uma especie de suporte do Flags of Our Fathers, mas que se revelou um objecto bastante mais consistente do que o antecessor. Assim, deixou de haver desculpas e ja nao se pode acusar a Lusomundo de ainda nao ter passado os filmes candidatos ao oscar de melhor filme.
O proximo passo consiste em reivindicar sessoes de cinema alternativo de qualidade. E com isto nao me refiro a nova onda de filmes portugueses pseudo-intelectuais, mas sim a alguns objectos que vao passar no Oporto a partir de dia 19 de Fevereiro.
A proposito, ainda nao vi o sexto tomo da saga de culto de quem passou a fase infanto-juvenil em plenos anos 80 - a melhor decada para se ser puto depois da de 70, claro - intitulado Rocky Balboa. Afinal de contas, e sempre emocionante ver o Rambo ou Rocky ou Stalone, ou la como ele se chama, a lutar. Nem que seja com 80 anos. Ou la quantos anos ele tem.
Para alem dos 170 ''objectos alternativos'' também se pode saber se o Clint ganha mais algum óscar já que decidiram 'armar a tenda' na Praça D. João I e passar lá a emissão da noite oscariana.
Quanto ao regresso de Stalone...MEDO! Este Rocky não deve ser muito diferente dos outros: mais um filme ao estilo 'me, myself and I' a que já fomos habituados....It's the eye of the tiger....
Nem merece resposta...
Quanto aos óscares encontro-me definitivamente em pulgas para saber quem serão os grandes vencedores deste ano. Pois os que ganharem vão ser filmes mesmo bons e depois são esses que eu vou ver! Oh yeahh ;)
Enviar um comentário
<< Home