Vida agridoce

Pois é, já dizia a minha mãe (e o rozélito), o cinema oriental é, regra geral, muito mais interessante que essas produções hollywoodescas. Acreditava nisso cegamente até ontem, quando passei à frente do A History of Violence para ir ver (ao cinema indie aqui do burgo - olá Paulo Rocha!) o muito aplaudido A Bittersweet Life. Portantos, saído do 40-Manutenção directamente para o filme, mesmo a tempo de evitar os anúncios da treta que antecedem normalmente estas sessões, desligo o trólóló e sento-me para apreciar o tomo VI da filmografia do sr.Ji-woon Kim (para alguma coisa serve a imdb). Será que isto é uma mistura entre o Oldboy (muito bom!) e o A Tale of Two Sisters (excelente!)?, pensava eu, na minha saloia ignorância ocidental.
Os primeiros 40 minutos, foram inconclusivos, umas pistas de kung fu (ou tai chi ou feng shui, depois pergunto ao rozelito), um ambiente neo noir muito na moda por estes dias, uns planos bonitinhos como o homem já fazia no conto das manas, uns diálogos secos e certeiros, tudo a prometer um filme de categoria coreana mais plus. Depois, quando a história começa a ter de andar para a frente, começa tudo a cair por aí abaixo, clichés de filme de acção oriental/tarantino/infernal affairs/oldboy disparados de minuto a minuto, uma história de amor, que (julgo) seria o motivo central que despoleta a narrativa, esquecida a meio, uns gangsters estilosos, mas no fundo, cópias rafeiras de outros (copiar o tarantino depois dele ter copiado o cinema oriental é uma espécie de cópia em terceira mão, logo lixo reciclado).
O climax final é mesmo uma cena de tiroteio à americana, sem grande imaginação (ou nenhuma mesmo) na senda das grandes produções do jonh woo na américa, mas pior (acho que o van damme até faz de duplo numa cena - ou não).
Para concluir: senhores habitantes da coreia do Sul, vocês não são Los Angeles ou a América, por isso não façam filmes de m**** como esses índios! Vá lá, eu acredito em vocês! Tenham fé! Digam não ao Tom Hanks e ao Ron Howard, Bret Rattner e ao sistema (sim, sou punk!).
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