bala perdida: março 2006

quinta-feira, março 30, 2006

Vida agridoce



Pois é, já dizia a minha mãe (e o rozélito), o cinema oriental é, regra geral, muito mais interessante que essas produções hollywoodescas. Acreditava nisso cegamente até ontem, quando passei à frente do A History of Violence para ir ver (ao cinema indie aqui do burgo - olá Paulo Rocha!) o muito aplaudido A Bittersweet Life. Portantos, saído do 40-Manutenção directamente para o filme, mesmo a tempo de evitar os anúncios da treta que antecedem normalmente estas sessões, desligo o trólóló e sento-me para apreciar o tomo VI da filmografia do sr.Ji-woon Kim (para alguma coisa serve a imdb). Será que isto é uma mistura entre o Oldboy (muito bom!) e o A Tale of Two Sisters (excelente!)?, pensava eu, na minha saloia ignorância ocidental.
Os primeiros 40 minutos, foram inconclusivos, umas pistas de kung fu (ou tai chi ou feng shui, depois pergunto ao rozelito), um ambiente neo noir muito na moda por estes dias, uns planos bonitinhos como o homem já fazia no conto das manas, uns diálogos secos e certeiros, tudo a prometer um filme de categoria coreana mais plus. Depois, quando a história começa a ter de andar para a frente, começa tudo a cair por aí abaixo, clichés de filme de acção oriental/tarantino/infernal affairs/oldboy disparados de minuto a minuto, uma história de amor, que (julgo) seria o motivo central que despoleta a narrativa, esquecida a meio, uns gangsters estilosos, mas no fundo, cópias rafeiras de outros (copiar o tarantino depois dele ter copiado o cinema oriental é uma espécie de cópia em terceira mão, logo lixo reciclado).
O climax final é mesmo uma cena de tiroteio à americana, sem grande imaginação (ou nenhuma mesmo) na senda das grandes produções do jonh woo na américa, mas pior (acho que o van damme até faz de duplo numa cena - ou não).
Para concluir: senhores habitantes da coreia do Sul, vocês não são Los Angeles ou a América, por isso não façam filmes de m**** como esses índios! Vá lá, eu acredito em vocês! Tenham fé! Digam não ao Tom Hanks e ao Ron Howard, Bret Rattner e ao sistema (sim, sou punk!).

Etiquetas:

sábado, março 25, 2006

Programa de Arquitectura



Ainda sem nome escolhido, mas já com um formato bem definido, a BALA PERDIDA em associação (ainda que pouco formal) com a TvAac, propôs-se a produzir um programa de 10 episódios que mostram 10 edifícios ou intervenções urbanas recentes e preponderantes que estejam relacionados com a Universidade de Coimbra. O programa terá a duração aproximada de 5 minutos (todos juntos perfazem sensivelmente pouco menos de uma hora). O objectivo será a divulgação de alguma Arquitectura contemporânea que se vai fazendo por Coimbra, mas que normalmente é pouco valorizada, penso eu, por ignorância. O programa vai ser um formato cruzado entre o documentário e a peça jornalística. Este formato pertmitir-nos-á derivar da objectividade e da imparcialidade jornalística sempre que assim se mostre necessário.
Por isso, Arquitectos chegou a hora de temer a comunicação social. É hora de serem confrontados com os próprios erros programáticos, e com os buracos financeiros que são um habitué nas obras públicas. Agora já não há escapatória possível. Esperem e verão. Todos os podres virão ao de cima.
Este último parágrafo pode ser ignorado caso o leitor ache por bem, e o texto segue na próxima frase. O programa vai ser uma mais valia para a TvAac e para a BALA PERDIDA, e vai pôr-nos aqui a trabalhar que nem loucos. O objectivo é produzir um por semana e, se assim for, lá para meados de Junho teremos os 10 programas prontos. O ideal será definir uma linha condutora que ligue todos os programas e para que, quando vistos todos de rajada estes terem um sentido comum, que funcionem como um todo. O corpo do programa será composto por vídeos recolhidos nos própios edifícios, entrevistas a arquitectos e apresentação de desnhos ou maquetas.
Alguns dos edifícios confirmados que irão marcar presença serão: Auditório da Faculdade de Direito e Departamento de Eng. Mecânica (Fernando Távora), Departamento de Eng. Civil(Gonçalo Byrne), 2 Residências Universitárias Polo II (Carlos Martins e Aires Mateus).

quarta-feira, março 22, 2006

Vasculhando o arquivo fotográfico



Recordações de uns belos dias passados a Norte, continuamos, repetida e espontaneamente (e sem ninguém nos pedir) a contar histórias do Fantas a toda a gente que nos ouve (e mesmo a desconhecidos na rua que nos afastam com a mão e dizem que não têm trocos). Como só falta um ano para o próximo, não há razão para desesperar e aproveito desde já para agradecer a amável hospitalidade das gentes do Norte, ao senhor Presidente e sua família, por terem recebido três gunas em casa durante uns dias. Gosto mesmo muito de queijo, como se vê pela foto e, como já devem ter percebido, os senhores em 2º plano discutiriam temas entre romero; titanic; a troca simbólica e a morte ou josé carlos malato vs. merche romero. O Sr. Presidente chegou a ponderar ter que usar a faca do presunto para encerrar a discussão. Até para o ano, Mário Augusto, aparece nos maus hábitos!

terça-feira, março 21, 2006

Nudeza Feminina



O dia em que a Vanity Fair lançou esta edição (Março de 2006) devia ter sido feriado em todos os países do mundo. Ou então devia ter sido feriado em todos os países do mundo durante dois dias seguidos. No primeiro dia era para toda a gente poder ir comprar a revista e ficar assim a olhar, sem falar, nem comer, nem pensar. O segundo dia era para se poder chorar à vontade, durante as 24 horas do dia, sem interrupções, porque a dor profunda que esta imagem causa no coração ou no cérebro é simplesmente devastadora. Não haveria outra maneira possível de celebrar a saída desta revista.

A perfeição é absolutamente surpreendente e materializa-se em 3 cores. Na palidez orgulhosa da pele da Deusa da Beleza, no ouro em fios que jaze da sua cabeça, e no rosa penetrante que emana dos lábios. A pose é brutalmente deliciosa e revela-nos formas perfeitamente invejáveis por qualquer pessoa (homem ou mulher). O olhar dela é fenomenal e cativa pela intromissão pura que ataca directamente os recônditos eróticos do cérebro do homem (e o de algumas mulheres). Claro que tudo o que está à volta da Scarlett é puro adereço. O gajo é o Tom Ford que algures nos anos 90 pegou na Gucci, disse “chega-te para lá ó Channel” e a pôs no topo das marcas mundiais de alta-costura. A que está sentada andou aí a fazer uns papéis em filmes de época tipo Rei Artur, Pirata das Caraíbas 1, 2 e 3 (se é que isto se pode situar numa determinada época, e se é que se pode chamar a isto um filme), e Orgulho e Preconceito (muito bom do ponto de vista estético e emocional). Tem um piercing interessante na barriguinha mas vamos lá ser sinceros: não é especialmente bonita, e os seus dotes de actriz superam, com uma margem daqui à Inglaterra (que é donde ela é oriunda), os seus dotes físicos. Mas também, perto da Scarlett qualquer pessoa se sente ofuscada. É o destino. Ela nem precisa de ter alguma espécie de dote artístico, basta olhar no vazio (lembram-se do Lost in Translation, não lembram?), fazer aquele olhar de menina inocente que “não sei bem o que é ter relações sexuais” do Girl With a Pearl Earring, da expressão do erotismo brutal no Match Point, ou simplesmente estar ali deitada e deixar a Sofia Copolla filmá-la para fazer o melhor genérico de sempre (depois do Seven - e obviamente por razões bem diferentes).

Os único seres humanos que são capazes de rivalizar com a Scarlett, quando chegamos ao campo da beleza pura e sensualidade brutal são dois (duas). Uma é italiana, vive em Paris e já foi violada em plenas rodagens (não cheguei bem a perceber se foi a fingir ou se foi mesmo a sério). Chama-se Mónica e o seu último nome é Bellucci. E vou deixar aqui esta foto (é obvio que não preciso de escrever mais nada).
A outra é melhor não revelar e vou, discretamente, guardá-la para mim mesmo. Perdão aí à malta mais ansiosa por ver miúdas sem roupas, mas estas já me vão valer comentários feministas suficientes. Aliás, o blog pode muito bem ser alvo de censuras daqui em diante quando o Rózé voltar lá das neves e vir isto tudo virado do avesso. Perdão às meninas frequentadoras do Blog, e não pensem aqui que o Juanito é machista ou vê as mulheres como um mero objecto sexual. Nada disso, mas há coisas que são perfeitamente irresistíveis. E a Scarlett é uma delas!

sábado, março 18, 2006

And the winner is...

Boas
Foi dito pelo Juanito mas creio que é mesmo o sentimento geral, aqui o blog anda muito parado, não só por parte dos fieis visionadores que de quando em vez aqui espreitam e metem o olho como dos seus próprios admnistradores, logo o que a Bala Perdida tem a prôpor e atenção que isto é algo de inédito na história dos blogs de produtoras independentes de audiovisuais sediadas em Coimbra é... uma pequena competiçãozinha, ah pois é... isso nunca fez mal a ninguém!
Em que consiste? Bem a pessoa mais fixe que mais comments fizer entre o dia 25 de Março e o dia 25 de Abril leva nada mais nada menos que um DvD edição coleccionador inédita com todo o reportório da Bala Perdida até presente data (é tipo cabaz de Natal só que em vez de fruta e vinho temos curtas e videoclip)... Ui ui, até eu me sinto tentado a entrar por aí com... com... sei lá uma identidade falsa e pôr-me a fazer comments só para ganhar o mitico DvD! Pode ser que isto faça com que o pessoal que vem em busca dos nossos posts no dia a dia para se rir um pouquinho perca a vergonha e nos deixe um bocadinho de opiniões pessoais para que este blog continue no topo das leituras obrigatórias do Portugal! Atenção a segunda e a terceira pessoa que mais comments fizer terá direito também a um DvD com uma das curtas da Bala Perdida à sua escolha!
Tá a ver tá a ver, são três prémios bué da malucos para o people que quiser aproveitar, tá de ver que isto não se vê por aí em qualquer lado ah pois é bébé! Portanto tá a perder a vergonha e começar aí a teclar furiosamente até porque nem sequer se paga nada para inscrever nisto logo ninguém tem nada a perder (a menos que de tanto comment que a pessoa faça, o teclado e o monitor já fatigados lhe expludam nas ventas e deixe essa pessoa pronta para entrar no Homem-elefante2, que até isso teria as suas vantagens pois tratando-se de um filme do Lynch o seu nome iria aparecer bastante vezes no nosso blog, hem? só têm a ganhar)!
Regras:
1 Os comments têm de ser variados e em diferentes dias, não podendo ser sempre o mesmo comment para encher chouriço (logo o nosso amigo anonymous e o seu boring tão desclassificados);
2 Devem fazer os comments sempre com o mesmo nick para facilitar a contagem;
3 comments devem ser fixes;
4 Ramón El Poetón anda por aí portanto acautelem-se que ele tem a escrita na veia;
5 Tá tudo. Let the games begin no dia 25 e boa sorte a todos os participantes No entretanto vou até Andorra e volto já por isso aguentem aí a carroça xau xau

Etiquetas:

sábado, março 11, 2006

Óh Fincher:

"Andas a tomar comprimidos para ficares com o cérebro maior?"
Perdido nas profundezas bytenienses do computador lá de casa encontrei esta imagem bastante digna de um post cá no sítio, porque encontrar estes dois no mesmo filme é um sonho tornado realidade. O Brad Pintas porque além de por as gajas completamente histéricas e a arrancar tinta de parede com as unhas, faz questão em ir mostrando que é bom actor nas andanças alternativas com o Ritchie o Gilliam ou o Fincher. O Eduardo Nortão por seu lado podia-se reformar hoje que já ninguém lhe tira o nome da lista dos 10 melhores actores de sempre do cinema americano - o gajo que aliás começou a carreira no cinema faz agora 10 anos (Primal Fear 1996).
Portanto pegar nestes dois, num guião que na primeira página diz "Fight Club" e ser o realizador que fez o melhor filme da década de 90 (não, não é o Pulp Fiction, é o outro que partilha o pódio) só podia dar um filme de culto instantâneo. E deu.
Agora, a coisa tornou-se um bocado mais complicada do que eu pensava. Passo a explicar. O mesmo gajo que fez aquilo que descrevi no último parágrafo, pegou num argumento chamado Zodiac, no Gyllenhaal no Downey Jr, e narra a estória real de um assassíno serial dos anos 70 do qual ainda hoje não se sabe a identidade. As coisas começam a tomar proporções brutais quando se sabe que o próximo filme, depois deste, irá chamar-se Benjamin Button e irá contar com a participação da Cate Blanchett e do Brad Pintas. Quando eu pensava que já tinha tido espasmos cardíacos suficientes, li a sinopse: um drama centrado no romance entre uma mulher na casa dos trinta (Cate Blanchett), e Benjamin Button (Brad Pitt) um homem de cinquenta anos que, em vez de envelhecer, começa a ver a sua idade a andar para trás...
Conhecida a explosão quimicamente comprovada que é provocada quando se põe "Brad" e "Fincher" no mesmo genérico, a única coisa a fazer é ir dormir e só acordar no dia em que sair o Zodiac, voltar a dormir e acordar em 2007 quando sair o Benjamin Button sim, porque:
a-) não estou a ver o Kubrik a voltar à vida para fazer um filme;
b-) não estou a ver o G. Ritchie a voltar a fazer filmes de jeito nos próximos anos (a não ser que largue a Madonna e volte para Londres);
c-) nem o Tarantino a fazer um filme no próximo ano;
d-) muito menos voltar a ver o Spielberg a rodar uma obra prima nos anos que se avizinham;
e-) o Tim Burton já fez o Eduardo-Mãos-Tipo-Tesouras e o Woody Allen o Match Point (ahahah!).
Assim nos próximos tempos teremos que nos contentar com o cinema indie ocidental (sim, porque o R Kelly tem um projecto na manga e o D Boyle está a acabar um filme), e com o cinema comercial produzido no oriente (tudo o que vem para lá do médio oriente - china, coreia, japão - incluíndo Taiwan e Vietnam).
Se o Fincher me quisesse matar de ansiedade bem que podia anunciar já hoje que a personagem feminina do Benjamin Button iria ser (não a Cate Blanchett mas sim) a Nicole Kidman ou a Julianne Moore. Assim ainda encontro forças para me aguentar por aqui e esperar que venham estes dois filmes que prometem partir a louça toda e arruinar qualquer tipo de concorrência realizadoriana que se queira sequer aproximar do nome "Fincher" no topo da lista contemporânea de "fazedores de cinema".
Como o post já vai longo e não quero ser acusado de andar aí a escrever Os Lusíadas Nas Paredes, vou dar por terminado a escrita por hoje. E tudo isto por causa de uma foto. Ou duas.

Etiquetas: ,

quarta-feira, março 08, 2006

Tarantino

Boas, acabadinho de ver o episódio duplo realizado pelo Tarantino da série CSI só me vem à cabeça a questão: Como é que o Tarantino deixou lá pôr o nome dele se ele nem sequer meteu os pés na rodagem?
De todas as coisas que poderiamos esperar de um episódio destes, nenhuma delas se concretiza, embora se encontrem umas leves marcas, de banhos de sangue intempestivos e na sua maior parte das vezes exagerados, pouco ou nada tem e o que tem é feito com tinta, há uma pequenina intenção de apresentar uma narrativa não-linear mas que rapidamente se perde nessa mesma intenção (o bruckheimer ñ deveria estar preparado para tanto)! É claro que se nota que o mestre Q.T. passou por lá um dia quanto mais não fosse para ver como estava tudo a correr e aproveitou e sugeriu umas coisitas, tal como o aparecimento do cartaz do filme do seu amigalhaço e protegido Eli Roth e uma t-shirt que respeitosamente presta homenagem a Lucio Fulci! Picado pelo facto da série já ter ressuscitado um ícone da sua juventude (william Petersen) não mediu esforços até arranjar alguém para pôr lá encontrando assim o John Saxon (Pesadelo em Elm Street e Enter the Dragon) e o grande Frank Gorshin (mais conhecido pelo seu papel de Riddler na série do Batman com Adam West) que entretanto faleceu, e a alusão novamente aos mortos-vivos e à Bride com o enterramento vivo de um jovem no esplendor e fulgor da sua juventude hormonal!
Há no entanto dois planitos que nos fazem sonhar do quanto este episódio poderia estar bom que é no momento em que o nosso amigalhaço Grissão vai ter com o raptor com uma mala cheia de Cash e que quase nos engana parecendo um plano do Reservoir Dogs!

No fundo aconselho a todos a verem, mas sem grandes expectativas Xau xau

Etiquetas: ,

terça-feira, março 07, 2006

CRASH, PUM, TRÁS, ZÁS, CATRAPÁS!



É de mestre!
Quando pensávamos que a academia (The Academy of Motion Picture Arts and Sciences) tinha perdido quase todo o seu prestígio, num golpe de magia escolhe um filme ________, diferente, __________, provocador, __________, sensível, __________, polémico, ___________, ousado, ___________, proactivo (preencher os espaços vazios com outros adjectivos do género que façam jus à genialidade ilimitada dos autores de tão monumental obra) que arrebata as almas e os corações de todos aqueles que têm uma consciência social! Porque quem não gosta do Crash ou:

a) é racista
b) é insensível às grandes questões sociais do nosso tempo
c) prefere ver filmes de zombies que não abram espaço à reflexão sobre o ser e o outro e toda a realidade artificial construída que nos rodeia
d) não se apercebe da teia intrincada de pequenas histórias da vida de (mais ou menos) 15 (ou seriam 36, contando com os refugiados chineses?) personagens que encaixam umas nas outras, tendo como epicentro um acidente de viação, isto tudo em apenas 36 horas em los angeles
e) gosta de sexo
f) é preconceituoso em relação às grandes interpretações de brendan "george of the jungle" fraser, sandra "miss congeniality on speeds" bullock, ryan "babyface" phyllipe ou matt "only crappy movies" dillon (o don cheadle não é para aqui chamado; jennifer esposito, declaro-te a minha adoração eterna)
g) acha que o good night and good luck era o melhor dos filmes nomeados (e não é preciso ver o brokeback mountain para o saber)



Para os mais lerdos, deixem-me só dizer que os óscares eram bem mais fixes se tirassem aquela parte de entregar os prémios e pusessem só o Jon Stewart e a equipa de 42 argumentistas do daily show a mandar piadas durante 4 horas e meia (o gajo é o maior e está a chegar ao estatuto do grande, magnífico, excelso e totalmente avariado da cabeça conan o'brien). Ah, e os momentos musicais também não fazem grande falta (my heart will go on, diz-vos alguma coisa?).
No resto das categorias, repetiu-se, como era de esperar, o descalabro. Não percebo como o Munich (mesmo não nomeado) não ganha todas as categorias técnicas (fotografia, montagem, efeitos sonoros, guarda-roupa, direcção artística, etc) porque a primeira metade do filme é cinema puro, tão bem filmado,encenado e montado, que se não soubéssemos, julgaríamos que o spielberg tinha encarnado uma combinação dos espíritos do kubrick, do orson welles, do hitchcock e daqueles gajos que faziam filmes de acção nos anos 70.
O seymour hoffman ganha o óscar pela carreira de papeís brilhantes que tem acumulado como actor secundário e não pelo Capote, porque o david strathairn, com bastante menos minutos de ecrã no good night & good luck é um fenómeno que arrasa com qualquer interpretação que eu tenha visto nos últimos tempos (o gajo nem sequer fuma!).
Quanto às actrizes, não vi nenhum dos filmes pelos quais foram nomeadas, mas a reese witherspoon e a rachel weisz são duas moçoilas jeitosas, fiquem lá com o óscar e o pessoal não se chateia.
Felizmente, parece que o star wars só teve uma nomeação, para maquilhagem e tal, o que é um bocado irónico, pois toda a gente sabe que o george lucas gosta muito de fazer operações de cosmética nos seus filmes mais antigos, tipo filho do disicca (há uns dias revi o thx 1138 e não há dúvidas, é o melhor filme/retrato de um possível futuro autoritário - tipo 1984, admirável mundo novo, nós do zamiatine, fahrenheit 451, outros livros que tal - mesmo melhor que o brazil do gilliam - desculpa lá sid - quem diria que o george ia apostar depois nas bi-trilogias para fazer render o peixe).
Não quero deixar aqui um testamento do caraças, como dois gajos que eu conheço fizeram, por isso até breve e comecem a correr aos videoclubes para alugar o crash porque ganhou bués da óscares e tal. Viva o sistema, portantos!

Etiquetas: ,

segunda-feira, março 06, 2006

Festival Imprevisível

Olá olá, é o gajo dos posts grandes como tudo que chega até vós através deste instrumento que é a rede, esse mítico posto dos correios que habita dentro dessa mitica caixinha com teclas e visor e que me liga a todo o mundo!! Pois é cá estou eu!
Não vi os óscares e sinceramente tenho pena porque gostava de ter visto a cara de urso de muitas pessoas quando o óscar de melhor filme foi para Crash, sempre deu para recuperar um pouco do respeito (embora não muito digo-vos já) por esse festival americano, pois mostrou que independentemente de haver um filme todo feitinho para a estatueta desde o inicio, se recompensaram outros critérios, talvez o Titanic tivesse perdido neste ano, ou não quem sabe! Até porque seria um desrespeito um taiwanês qualquer levar o gajo mais americano de todos para casa para dormir com ele entre si próprio e o seu companheiro taiwanês que costuma cavalgar com ele! Embora o filme deva ser bom porque ainda não o vi, ok? Vejo em video, ok? De resto, tudo normal, é claro que a presença da Rachel Weizs no palco é sempre de admirar (sacana do Darren)! Para o ano há mais!

Antes de ir gostava só de pedir desculpa pelo comprimento dos meus posts porque efectivamente são compridos e visto que mais do que uma pessoa mandou boca, tenho de me juntar a eles! Devia fazer como a minha mãe diz: "Ó Sid se o teu post tá grande e queres mandar bocas a outro que tenha feito um post grande limitas-te a diminuir o tamanho da letra que já ninguém nota!"

Portanto, pessoal a partir de agora já sei o truque ;)
Viva os Óscares, Viva a lista R que ainda anda por aí algures (de comboiínho julgo eu, pouca terra pouca terra) e Viva o Sid, o Juanito e o Mariachi!


xau zinho a todinhos e agora é que os meus postinhos vão ser pequeninos, obrigadinho Jónizinho!

Etiquetas:

O Óscar do Clooney



Depois de uma noite bastante comprida a ver os pequenos anões banhados em ouro serem distribuídos (na televisão, calma lá, porque por enquanto ainda não recebemos convites para ir até à costa oeste dos u.s.), cabe-me a mim, o elemento já etiquetado como “hollywoodano” (apesar de ter qualquer coisa aqui dentro que me diz que prefiro Nova Iorque a Los Angeles) fazer o rescaldo da cerimónia.
A noite começou, como sempre, com vestidos desenhados por designers de alta costura a passearem-se pela passadeira vermelha, e acho que alguns tinham lá pessoas dentro. Os nomeados iam passando e tendo conversas bastante interessantes (algumas interessantes demais para serem seguidas) com os jornalistas californianos, que diga-se de passagem à inteligência e perspicácia não devem nada. Já instalados, e depois de um clip de abertura brutal – e com isto entenda-se literalmente BRUTAL, dos melhores que me lembro - é vez do Jon Stewart entrar e começar a debitar piadas à doida mas bastante bem esgalhadas. Entre elas lembro-me de uma que achei particularmente interessante em que ele dizia que este ano os filmes eram todos remakes: o king kong, o war of the worlds, o walk the line (remake do ray mas com brancos), etc.

Depois entrou a diva. Não a Neuza infelizmente, mas uma que está num patamar diferente (no mais alto de todos) e que responde pelo nome de Nicole. Veio, fez alguns chorarem (porque às vezes é difícil suportar a ideia de que nunca vamos estar com uma mulher daquelas) e entregou o óscar de melhor actor secundário. Eu tinha um favorito que era o Gyllenhaal, não só pelo desempenho do gajo na “montanha quebra costas”, mas porque ele é simplesmente o melhor actor da sua geração e, além disso acho que ele vê uns coelhos a andarem por aí e a dizerem que o mundo vai acabar. Foi o bon vivant do Clooney que levou a pequena estátua. A esta hora está com certeza na penthouse mais cara de L.A. com o amigalhaço do peito Brad Pintas a mamarem coca e a tomar banho em whisky.
O Jardineiro bastante Fiel do nosso quase compatriota Fernando (sim, porque quando interessa nós portugueses também sabemos ser interesseiros, como os espanhóis a tentarem roubar-nos o Siza e o Saramago) levou, nas mãos da belíssima Rachel Weisz (eu também gostava de estar nas mãos dela), o óscar pela representação num papel secundário.

A música também merece destaque, já que os temas que o Gustavo Santaolalla compôs para o Brokeback Mountain estavam simplesmente geniais. O gajo é argentino e já tinha feito as bandas sonoras do Diários de um Motocicleta, do Amor Cão, e do 21 Gramas. E desta levou o óscar. Um pequeno à parte para mencionar o nome da Música Original que ganhou o óscar com o mesmo nome, e se chama “it´s hard out here for a pimp” – eram uma cambada de gajos a saltarem e a fazerem assim (para cima e para baixo) com os braços e com chapéus virados para trás a gesticularem com a boca, porque acho que estavam a tentar cantar mas não conseguiam. O Memórias de uma Gueixa e o “Espectáculo Visual Macaco Kong” levaram cada um três óscares nas categorias mais técnicas. O Gueixa venceu no vestuário, direcção artística e fotografia (onde estava também nomeado o Batman Begins), o Kong arrecadou os óscares nos efeitos especiais, na edição e mistura de som. O Munique do Spielberg ficou a vê-los passar (será porque é um filme que tem o dobro da duração que devia?), assim como o Boa Noite e Boa Sorte.

Na noite dos óscares tive o prazer (ou não) de ver o Capote. É sem dúvida uma interpretação notável do gordo louro, mas é precisamente esse o verdadeiro problema do filme. Vive muito da interpretação do Seymour Hoffman e pouco mais (também vive um bocadinho do racismo que havia na américa naquele tempo). Assim foi um óscar de melhor actor merecido para o gajo. É no entanto de louvar a nomeação arrecadada pelo Bennett Miller, que fez a sua primeira longa-metragem de ficção e a vê nomeada para os óscares mais apetecíveis. Em relação à Reese Witherspoon, ganhou bem o seu óscar, mas cheira-me que é do tipo de gaja que quando damos por ela está a fazer filmes tipo “American Pie 5” ou “Jane Queen of the Jungle” ou qualquer coisa assim. Esperemos que não.
Em relação aos argumentos, a Montanha Quebra Costas ganhou o prémio para adaptado, e o Match Point ganhou para o argumento original. E se não ganhou devia ter ganho, porque o filme é brutal demais para andar aí a perder óscares para filmes fatelas como o Colisão. O Woody Allen teve neste filme a 15ª nomeação para melhor argumento original, o que perfaz um recorde nesta categoria. O Colisão é escrito e realizado pelo Paul Haggis que tinha escrito a Bebé de Um Milhão de Dólares, esse filme que só se deve ver uma vez na vida porque é depressivo demais para voltar a ser visto.

O nosso amiguinho taiwanês (nem tailandês nem chinês) Ang Lee, levou para a ilha dele algures entre a China e o Japão o óscarzinho para melhor realizador, bem merecido porque o filme gay dele estava bem fixe. Depois, já com o Jack Nicholson on stage e pronto para entregar o prémio de melhor filme, o gajo abre o envelope engana-se e diz “Crash” em vez de “Montanha do Quebra Costas”. Mas como era um erro demasiado grave para ser corrigível ali em plena noite televisiva americana, deixaram os gajos celebrar, e acho que até deixaram os produtores irem lá buscar os óscares... eheheh... Agora imaginem só a cara deles quando lhes disserem que a estatueta não é para eles mas é para o filme do Taiwanês.
Acabada a noite, nós europeus vamos dormir porque já são praí umas 5 da manhã, eles americanos vão para a noite com as actrizes dos filmes, para as disco nights e para os cocktails, e depois vão todos ter à penthouse do Clooney (lembram-se a de à bocado?) e depois aí que vai ser... Ou então não.

Etiquetas: ,

quinta-feira, março 02, 2006

Fantas Rescaldation

Boas, 2 dias se passaram desde que a Bala Perdida regressou desse marco do mundo do cinema que é o Fantasporto! Tenho de admitir, podem-se apanhar filmes bons, filmes menos bons, filmes maus e filmes mesmo muito maus (e acreditem que apanhámos de todos) mas o Fantas é aquele sítio em que uma pessoa se sente em casa! Será por haver tanta gente fã daquele que é considerado um género menor, será o ambiente no qual o teatro Rivoli nos envolve e nos faz querer levar um saco de cama e ficar a pernoitar lá para começar a ver filmes logo pela manhã, será a Neuza para alguns (Jóni ;D )? Não sei, mas o que é certo é que definitivamente é um local onde durante 10 a 15 dias os adictos de cinema podem ver, respirar e comer cinema (pelo menos se alguém se lembrar de lhes dar com uma bobine na boca, que era o que muitos realizadores mereciam)! Feito o elogio próprio ao festival do senhor Dorminsky (o qual um dos membros da BP entrou em contacto a fim de poder mais tarde ter uma conversinha com ele para a sua próxima publicação chamada de Prova Final: Neverending Story parte9) cá vai um pequeno resumo do que se passou, cá vai disto!
O festival não poderia ter começado da melhor forma, chegadinhos mesmo em cima das 5 horas em ponto ao Porto apanhámos o começo da sessão de "Tale of two sisters" do coreano Kim Ji-Woon.(*****) Um verdadeiro monumento ao filme de terror, que no meio de tanta imitação que para aí anda soube deixar o pessoal parvo e assustadinho até dizer chega (o Mariachi não me largou o braço o filme todo e ele já tinha visto!!)! É incrível o poder que uma imagem de uma sala vazia sem nada tem sobre o incauto espectador que vai às sessões a julgar que foi ver uma deliciosa matiné da Disney com o Timon e Pumba a apresentar, não! O Fantasporto é medo, medo puro e irracional e quando se entra na sala já não há volta a dar, ou aguentas ou já eras! WAZZUP MUTHAFUKER! Voltando ao filme pode-se dizer que foi realmente uma boa surpresa e que já era altura da menina dos filmes de terror orientais lavar os cabelos e tirá-los da frente da cara!
Na sessão seguinte (7 da tarde) vimos o "Swoord in the moon" mais um filme coreano de Kim Ui-seok, e digamos que quando os coreanos se pôem a armar aos cágados em épicos de artes marciais e a tentar fazer o que está destinado aos japoneses fazerem (Ninja Scroll) o resultado não pode ser bom, e definitivamente não foi!(*) Digamos que já sabemos onde o nosso realizador bué amigo "tailandês" preferido se foi basear para realizar a "montanha da espinha partida"!
Falhámos o Coisa Ruim porque nem o Rodrigo Guedes de Carvalho nem o irmão dele nos quiseram arranjar bilhetes, paciência embora prometesse uma sessão muito boa! Ficámos a saber que o Rodriguinho é um boi do caraças, deve ter para aí uns 3 metros e tal, embora na televisão não pareça, talvez por estar "assentado"! Logo de seguida fomos ver um filme filipino "The Echo - Sigaw" uma comédia teenager do género dos Scary movies que gozava com filmes de terror orientais e com o cinema em geral! I'm sorry Marvin! Foi bom quanto mais não fosse para aprender que o filipino é uma mistura entre inglês, espanhol e uns grunhidozitos quaisquer!(-*****)
No dia seguinte vimos um filme passado no Euro 2004 com o Vinnie Jones e que aparte de uma ou outra piada mais bem colocada não era nada de especial! Logo de seguida vimos o fabuloso Adam's Apple, um filme Dinamarquês sobre um neo-nazi, um padre, um ex-jogador de ténis (quem sabe o man do Match Point), um iráki e um bolo de maçã filho da mãe! Um daqueles filmes que se encontra assim do nada uma vez na vida (*****) Altamente aconselhável a sua procura e posterior visionamento!
Na sessão a seguir era para ser exibido um filme americano de grandes actores todos inspirados, mas acabou por ser substituido à ultima por uma sequência de imagens montadas ao acaso e sem sentido, acho que aparecia um senhor Afro-Americano muito respeitável no mundo do cinema a dar um pézinho de dança bastante deplorável! (-*************************) Acho que chamaram a essa montagem Edison ou algo! Em seguida uma amostra de cinema Sueco antecedido por uma curta metragem em 3d de um espantalho que estava bastante bem conseguida(****)! O filme sueco, Frostbitten, estava bom embora irritasse um pouco a sua tendência para as comédias de adolescentes amaricanas, e alguns efeitos especiais manhosos, mas é bom saber que a Suécia começa a arranjar candidatos de peso na secção do fantástico(***)! No dia a seguir começámos por ver um filme brasileiro "Lobisomem na Amazónia" ou "Quando Russ Meyer encontra os Trapalhões no cenário do Show da Xuxa e improvisam algo em cinco minutos" (* uma estrela pela cena do chuveiro)!
Sessão das 5 horas vimos Incautos, filme espanhol na onda de Ocean's Eleven ou como diriam por terras de Franco "Los once de Oceano"! Não sendo nenhuma especialidade, deu para recuperar do desgosto do filme anterior (***1/2)! Na sessão das 11 da noite deu uma curta metragem "Home Delivery" baseada numa short story de Stephen King e que houve pessoas da BP que gostaram dela outras nem por isso (****) depois eram para ter mostrado um filme Hungaro candidato aos óscares chamado Johanna mas devem se ter enganado na bobine por isso não podemos emitir classificação a tal erro em forma de estrela e sim apenas uma classificação verbal (passar ao largo, fugir dele como o diabo foge da cruz, atravessar a rua assobiando quando se vê a pelicula a vir em nossa direcção, fazer-se despercebido)!
1 e 15 da manhã, entra em cena Good Night and Good Luck, (sacré bleu quel putain de film), aconselha-se vivamente a quem gosta de cinema de verdade (*********) Sem palavras para descrever este objecto fabuloso que nos queimou as retinas durante 1h30m!
No dia seguinte vimos um documentário dividido em duas sessões sobre o mau trato que os filmes recebem quando saem do ventre dos seus realizadores e vão para a mão dos mens do dinheiro, ou para a televisão, alertando-nos para muitas coisas que nós já sabíamos ou sentíamos inconscientemente mas que nunca tínhamos formalizado, abaixo a televisão, abaixo as dobragens e abaixo o filho do Vittorio deSica que sacou os fios ao pessoal da vassoura no filme do pai dele! Fosses meu filho que levavas e não era pouco! (***1/2)
Pessoal tá feito o rescaldo, desculpem se me alonguei, apareço pouco por cá mas quando apareço não me querem voltar a ver durante pelos menos 2 meses! Foram 13 filmes em quatro dias e só não forma mais porque tivemos de vir embora! Resta agora a melancolia de esperar mais um ano até este país ganhar novamente algum interesse! Até então, como diria um grande homem que só conhecemos agora no festival Good night and good luck!!

Etiquetas: ,

quarta-feira, março 01, 2006

A Neuza

Acabado o fim-de-semana mágico no Porto do Cinema Fantástico, é tempo de fazer o rescaldo. Não dos filmes obviamente, porque para isso temos os restantes membros da BALA PERDIDA especialistas acérrimos na crítica voraz de filmes, mas de um poema vivo que lá andava pelo festival. Discreta e simpática, passeava-se elegantemente pelo Rivoli, e deixava quem a visse completamente obececado pelo charme contido mas arrebatador.
Por coincidência, ou não, voltamo-la a encontrar algures na louca noite do Porto... Ela que é uma menina vinda de Lisboa. Afinal é actriz. Tem pouco mais de 26 anos e começou por ser modelo. A sua agência é a central models, mas agora dedica-se à representação. Quem sabe algum dia ainda teremos o prazer de poder trabalhar coom ela numa das nossas produções. Entretanto algures no maravilhoso e útil mundo intenetniano, consegui descobrir algumas fotos dela, e a sua filmografia. Fica aqui no Blog para aguçar a curiosidade de quem já a viu passar e sonhou: Neuza Teixeira.
Amor Perdido (2002), Jorge Queiroga (telefilme SIC) - Clara
Anjo Selvagem (2001), TVI - Diana Rodrigues
Ganância (2001), SIC - Anabela
Teorema de Pitágoras (2001),Gonçalo Galvão Teles (telefilme) - Luísa
Tráfico (2000), João Botelho
"É de perder a cabeça, não é?"