bala perdida: abril 2006

sexta-feira, abril 28, 2006

Lembras-te de mim, ó Xavier



A expectativa era muita ontem, para ver que filme era o Coisa Ruim, cujo trailer prometia uma espécie de The Village na Beira Baixa. O TAGV estava esgotado e preparado para, como dizia alguém no público, atrás de mim, "se borrar todo". Depois de apanhar com duas superlativas curtas, já da praxe nestas sessões da noite nos Caminhos, entra o genérico do filme, ou melhor, rebenta-nos na cara uma sequência prodigiosa de imagens (prodigiosas), ambientadas por um tema instrumental (prodigioso), cuja beleza e originalidade não vale a pena descrever, por isso deixo só uma palavra: prodigioso.

Depois destra entrada à campeão (ao que parece, cortesia de uma produtora de animação chamada Objectivo 49, que deve ter umas ligações com o Fincher, concerteza), há um primeiro contacto com uma aldeiaizita, daquelas mesmo pequenas, com bosta de bovino a pavimentar as ruas e tudo, onde vemos um gajo de barba a cortar lenha com bastante convicção. Quando faz uma pausa na labuta, sente que se passa qualquer coisa no mato e como não é gajo de modas (e tem a colecção do shyamalan em casa) avisa o filho para se pirar, que não devem tardar muito os seres daquela cor que não se pode dizer o nome: "ó Zé, vai pra dentro". As semelhanças com o filme do discípulo do spielberg acabam aqui. A história desenvolve-se em torno de uma família citadina que, em busca de paz e harmonia, decide mudar-se para o interior profundo, para uma casa que pertencia à família do marido, um biólogo que trabalha para o Instituto de Conservação da Natureza. A família está um bocado contrariada com a mudança e há pontas soltas nas relações entre os seus elementos por resolver. No fundo, como já diziam alguns bravos comentadores de um pasquim que tem um suplemento semanal dedicado às artes, o filme é sobre uma família em desagregação, desvendando-se (ou sugerindo apenas) ao longo da narrativa os segredos sujos por detrás das clivagens entre os seus membros (um deles é particularmente sujo e acrescenta uma densidade necessária à construção da história). A questão dos mitos, lendas e superstições à solta na povoação deriva desses conflitos internos que abalam a família, com raízes já antigas, descobrimos mais tarde.

Desde o início que topamos que este pessoal da publicidade domina os meios técnicos com uma mão atrás das costas a fazer tricot e a outra a fazer um manguito ao amigo Oliveira e ao cinema português em geral. Enquadramentos perfeitos, movimentos de câmara suaves como um Barca Velha de 82, fotografia calibrada ao detalhe e os clássicos focados e desfocados, que ficam sempre bem em película. A construção do lugar faz-se através da escolha dos lugares-tipo (igreja de pedra, taberna escura, caminhos de terra, a casa, etc) que estaríamos à espera de encontrar, mas o ritmo apressado inicial, falho de nuances que poderiam enriquecer este retrato-robot, não nos permite entrar verdadeiramente dentro do sítio como gostaríamos. Aliás, durante todo o filme, o ritmo nunca contribui muito para o fluir de umas cenas para as outras, prejudicando o impacto de muitas delas e a construção da história em geral. A direcção de actores também não é perfeita, nomeadamente quando há diálogos, que os personagens parecem recitar directamente de um livro que têm à frente, funcionando vezes demais como uma muleta para explicar questões narrativas (quando se podia dizer menos). O elenco de secundários parece estar mais dentro do papel: a empregada da casa - tem uma fala, o resto são só rezas - os dois trabalhadores do ICN são uma mais-valia para a história (apesar de um deles desaparecer a meio do filme sem explicação - não tinham dinheiro para lhe pagar mais uns dias de rodagem?); o padre mais velho tem bastante carisma; o filho mais novo também é bastante credível no seu papel.

A partir da segunda metade (houve intervalo) o filme começa a levantar vôo e a ganhar uma consistência que não vinha demonstrando, avançando com segurança até ao desenlace final. Pelo meio há o recurso a alguns flashbacks, que estão muito bem metidos (nada de tretas a preto e branco, portanto) e onde até aparece, num cameo, o amigo Paulo Branco. Também há umas visões que os personagens começam a ter (umas estúpidas, outras mais relevantes). O clímax final chega sem aviso (o que é bom), numa colagem de cenas, muito bem filmadas e estruturadas, que vai ganhando lentamente contornos mais fortes até partir tudo. Aqui (como no resto do filme, aliás) a música do grande Jorge Coelho tem um papel determinante na carga dramática que a cena transmite. Jorge, se estás a ouvir isto, deixa a m**** dos Mesa a fazer música do p**** e dedica-te às pistas sonoras, que o pessoal já está farto das partituras orquestrais grandiosas de johnes williames e quejandos (o gajo do Lost também é chato como a potassa). Quanto ao final propriamente dito, parece-me estar bem resolvido, se não gostarem muito sempre podem propôr um director's cut pró dvd daqui a uns anos, em que o pessoal acaba todo a cantar e a dançar como num musical e alguém diz, acenando, "Adeus! Até à próxima!". Aquele último plano do cruzamento é que não tem muito a ver.

Concluindo: parece que o cinema português está numa de fazer filmes a sério, em vez de delírios onanísticos financiados a fundo perdido pelo ICAM, como nos últimos cem anos (concedo que há algumas excepções, poucas). Isso é bom. Afinal, foi por causa disto que pessoas como eu andaram a fazer o 25 de Abril.

Vão ao site do filme, é bué da bom.

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quinta-feira, abril 27, 2006

Inside Odete


Desde o prazer que tive enquanto dei uma mirada no Alice do Marco Martins (o mito vivo do cinema português oriundo dos clips publicitários e que já trabalhou com o Wim Wenders) que não via um filme português tão bom como o Odete (devido também a não ter visto nenhum no intervalo mencionado digno desse nome). O Odete espantou-me pela honestidade como encara a homosexualidade. Será para o João Pedro Rodrigues, como ele próprio mencionou um melodrama. Eu apreciei o filme pela frieza e honestidade como mostra um ambiente underground que está directamente relacionado com a homosexualidade e cuja história deambula entre o amor e o desespero (às vezes a fronteira pode ser muito ténue). Acho que não era um melodrama, chamar-lhe-ia antes uma comédia negra com nuances de drama, mas o gajo lá sabe o que faz.
O filme começa com um plano muito próximo de duas pessoas a beijarem-se que depois se vai afastando, até que nos apercebemos que são dois homens a demonstrar o seu afecto um pelo outro. Nesta parte do filme (ou seja ao 2º minuto) já a sala estava com metade da audiência inicial. Depois um deles (o Pedro) tem um acidente e o Rui vai a correr, e assiste à morte do amado precisamente no seu primeiro aniversário enquanto casal (gay, obviamente). Depois aparecem umas letras grandes a dizer “Odete” e começa o (resto do) filme. A Odete é uma moça que trabalha no Le Clerque (não sei se é assim que se escreve mas o Mariache encarregar-se-á de me corrigir), e que anda de patins (o que por acaso até é uma falha do filme, porque é notória a dificuldade que a Ana Oliveira demonstra quando põe os seus pezinhos nas rodas e balança o seu belo traseiro pelos corredores atolhados de marcas que pagaram para ter a sua imagem no filme). Numa das suas viagens às pratelerias-atolhadas-de-produtos depara-se com roupa de bebé, o que desencadeou nela uma vontade imediata de ter o seu próprio rebento. Subitamente deixa de tomar a pílula e decide informar o namorado. Ele aceita mal a notícia, e discutem. A Odete diz-lhe para ele ir a um sítio longe e feio (aquele que nós sabemos), diz-lhe que ele é filho de uma prostituta e expulsa-o de sua casa. Ele extremamente desgostado foge e não dá mais notícias. Ultrapassados os 10 minutos de filme, já a plateia que estava lá fora se devia estar a roer de inveja porque entretanto a Ana Oliveira tinha mostrado parcialmente o peito e o traseiro (desta vez sem roupa). Depois a história desenrola-se de uma maneira muito bizarra, mas muito consistente que nos põe em contacto com, por um lado, a dor de alguém que perdeu o seu amor, e por outro com outra que procura desesperadamente maneira de encontrar um sentido para a sua vida, arranjando um filho. A obsessão é um elemento fulcral em Odete e é aí que reside a comédia negra. As cenas bizarras no cemitério, podem ter um conteúdo dramático para uns, e cómicos para outros. Para mim foi uma agradável surpresa ver um filme português que não procura intelectualismos disparatados em planos de 10 minutos com “ondas do mar a bater sabe-se lá onde”.

Deixemos o síndrome “Manoel” de lado e comecemos a consumir película portuguesa à bruta a ver se o ICAM começa a abrir os cordelinhos à bolsa e se decide a apoiar os novos valores que se erguem no cinema português (nós, claro). Para acabar é de referir que a par com o Alice também o Odete representou Portugal em Cannes no ano passado na quinzena dos realizadores (o que valeu uma viagem ao sul de França ao João Pedro Rodrigues e o prémio ao Marquinho).

Uns dias antes de dar uma vista d’olhos ao mencionado Odete dirigi-me ao centro de consumo massivo (lusomundo - dolce vitta) para visionar a última obra do Spike Lee. O filme intitulado “Inside Man” tem como pano de fundo uma Nova Iorque pouco comum nos seus filmes que habitualmente nos mostra uma perspectiva de uma classe baixa ou média-baixa oferecendo-nos sempre um suburbano característico, ao contrário deste que nos leva directamente para downtown, onde se concentra grande parte do tráfego financeiro. É precisamente aqui, num banco que é assaltado por um grupo de pessoas encabeçadas pelo Clive Owen, que a história se desenrola. A primeira meia hora de filme, infelizmente, padece do sindroma “Bruckeimer”, que consiste em conjugar planos em movimento (travellings a mostrar a rua, o banco ou outra coisa qualquer) com uma música irritante estilo sinfonia de filme épico (ritmo manhoso e desadequado à acção – naquela altura ainda embrionária).

Passados os 30 minutos iniciais, o filme começa a ganhar interesse, quando se começa a perceber que o assalto ao banco, apesar de parecer inocente no início, foi planeado ao milímetro. Depois começa-se a perceber a mão do Spike (nesta altura já completamente desprovido do síndroma à pouco referido) que tem como dedo grande a inevitável (comum na sua obra) alusão ao racismo e intolerância étnica que neste filme, na minha opinião, é exageradamente explícita. O argumento vai ganhando profundidade e interesse narrativo, à medida que se vai intercalando a acção presente com flash forwards, revelando aos poucos a verdadeira intenção do assalto e as artimanhas que os assaltantes usam para confundir os detectives (comandados por Denzel Washington e Wilam Dafoe). Depois há lá umas tretas que têm que ver com o nazismo e com ouro roubado aos judeus que é pura palha. Resumindo é um filme que não é mau, mas que foge claramente à tendência Spikeniana e das histórias com um conteúdo de natureza diferente, com uma crítica mais refinada. Neste a refinação ficou no início e o gajo impinge-nos um “os ricos são maus e os pobres não” directo que cai um bocado mal no estômago a quem vai na expectativa de um filme ao nível do Malcom X ou de um Summer of Sam.

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terça-feira, abril 25, 2006

Diabo a 25



Ontem, devido a motivos profissionais, a equipa da BP deslocou-se ao Ateneu para assistir e registrar para a posteridade o concerto dos Diabo a Sete. Há quem diga que se festejava o aniversário da liberdade, mas o rozé encarregou-se de virar os louros todos para ele, que celebra hoje, penso eu, 32 anos sempre a revoltar-se contra as paredes do ginásio e contra a apatia em geral. Sempre activo, este rozé. Parabéns então!
Quanto ao concerto, foi mais uma celebração do poder do groove dos clássicos tugas, desde o zeca até coisas que não faço a mínima ideia (seria o Geronimo Jackson?), incitando a malta ao mosh pacífico e ao levantamento do punho até sangrar. A mistura entre pessoal das repúblicas, velhos (mas saudáveis) activistas revolucionários, habitués dos cafés da praça, pessoal do darq e amigos do copo em geral provou ser mais que agradável (apesar da casa estar a rebentar pelas costuras), uma folia que certamente inspiraria o Manuel Alegre a verter uma lágrima e, em seguida, escrever um poema.
O Alberto João J. ficou à porta e não chateou ninguém, portanto. 25 de Abril sempre!
(também para ti rozé).

segunda-feira, abril 24, 2006

darq_reboot



Sim, é já hoje que estreia nas salas nacionais (ou seja no mini auditório salgado zenha, ou seja, numa sala perdida algures no edifício da AAC), inserido na programação paralela dos XIII Caminhos do Cinema Português, um pequeno vídeo que já gerou um culto enorme dentro dessa comunidade que forma a BP (não-gasolineira).
Há boatos que asseguram ser este o resultado de um casamento perfeito entre som e imagem, deixando moulin rouges, doutores caligari, auroras e mesmo alguns vídeos ditos experimentais a milhas de distância e com um sabor a fel na boca (toma lá chis cunningham). Há outros boatos que dizem que o homem nunca chegou à lua.
Por isso, se quiserem discordar com veemência, dêem um salto ao auditório, entre uma bica no TAGV, uma volta na feira do livro e uma mija atrás da casa das caldeiras. Lá pelas seis da tarde passam três minutos de colagens visuais sobre um departamento de arquitectura que já não existe, ao que um homenzinho contrapõe estar "tudo no lugar certo".
Tragam as vossas irmãs.

quinta-feira, abril 20, 2006

Bombas Tiros e Facadas



Como o COBRA tem dominado o Blog nos últimos tempos, decidi fazer um apanhado dos grandes filmes de acção, oriundos lá das Américas, que marcaram o meu crescimento transformando-me naquilo que sou hoje (mas aviso desde já que por baixo desta pele não vão encontrar circuitos electrónicos nem ponta de metal ou ligas de carbono - isto aqui é tudo ossinho verdadeiro). Se é que perceberam a piadinha anterior, começo já pelo Schwarzenegger e pelo seu desempenho magnífico naquele que é o rei dos filmes de acção produzidos nos anos 80 (e 90, o segundo). O Exterminador veio e fez com que os putos se começassem a perguntar se os próprios pais eram ou não feitos de carne e osso. Alguns ficaram agressivos e começaram às facadinhas às pernas da mamã e do papã (para ver se sangrava, porque a pele dos primeiros t700 não tinham ainda sangue o que tornou as facadinhas inofensivas num bom teste). Depois no Terminator 2 o t1000 tinha a capacidade incrível de se transformar em “qualquer objecto ou pessoa, desde que não tivesse componentes mecânicos complicados” (tipo uma arma).

Apesar do Terminator 1 ter sido um filme estupidamente barato (ninguém queria dar dinheiro ao James Cameron para fazer o filme), o gajo conseguiu produzir e realizar um objecto de culto cuja premissa é genial: é enviado um exterminador ao passado para matar a mãe, Sarah Connor, do líder da resistência humana, o John Connor (num futuro supostamente apocalíptico em que a máquina inteligente domina o mundo), e juntamente com este é enviado igualmente um humano (Kyle) para proteger a mãe do John. O argumento revela-se genial quando o Kyle começa a bater o couro à Sarah, tem relações sexuais com ela num motel (onde também fez bombas caseiras à base de glicerina) e, que mais tarde, se veio a descobrir que houve fecundação do óvulo dando origem a um bebé chamado John Connor. O filme depressa saltou de “série B” para “estou a ganhar lingotes de ouro aos pontapés à conta disto e daquele tipo austríaco que acho que dizia umas coisas em inglês no filme”. O rio de dinheiro que o Cameron ganhou à custa da musculatura do Arnaldo, permitiu-lhe 8 anos depois (em 1992, o primeiro data de 1984) fazer a sequela, que não desiludiu em nada os fãs do 1º. E com a ajuda da ILM (industrial light and magic, lembram-se? a do George Lucas) mostrou ao mundo as maravilhas virtuais que um computador podia ajudar a fazer. Lembram-se do t1000 a sair do camião em chamas, e depois a transformar-se na personagem polícia? Ou quando o gajo parte o vidro do helicóptero com a testa e se derrete lá para dentro, materializando-se novamente na personagem polícia? Pois, isso parece muito simples hoje (14 anos depois) mas na altura, fazer uma simples bola em 3d era mais difícil do que convencer o Maradonna a largar a coca, agora imaginem fazer um gajo a andar.

Depois fizeram a melhor trilogia de sempre cujo nome, traduzido à letra, se chamaria em português “Morrer Duro”. O Bruce Willis interpreta a personagem feita à sua medida, John McClane o polícia nova-iorquino que (no primeiro filme) viaja até Los Angeles e salva uma série de reféns de serem mortos da Nakatomi Tower, devido à sua inteligência e habilidade de lidar com armas de fogo. No segundo salva reféns de um avião (incluindo a sua mulher Holly, que por azar também tinha estado no primeiro sequestro). No terceiro a gaja que fez de Holly, deve-se ter recusado a entrar no filme e o John McTiernan (o realizador, não confundir com o McClane, a personagem do Brucinho) foi buscar o Samuel L. Jackson e o Jeremy Irons para compensar a perda. Qualquer um dos filmes é brutal mas como vi o Hard With a Vengeance (o terceiro) mais de 30 vezes com o meu irmão, acho que posso afirmar que é este o meu preferido. Não vou negar, porém, que no Assalto ao Aeroporto (Die Hard 2), quando o McClane finalmente resgata a mulher do avião e se põe aos berros a chamar a Holly, que não largo uma lagrimazinha e até finjo que vou à cozinha buscar uma fatia de bolo feito pela minha avô, mas vou é buscar um lenço para me assoar.

Havia mais filmes porreiros dessa altura, tipo o Top Gun, os restantes filmes do Schwarznegger (incluindo o Predator e o Commando) o Speed, o Rocky (que ganhou o óscar de melhor filme e valeu ao Sylvester Stallone a nomeação para melhor actor e para o melhor argumento original, acreditem ou não), o Rambo (que também era genial mas do ponto de vista da estupidez) e os outros todos que agora não me apetece discriminar (ok, não me lembro, mas também já foi à bastante tempo). Agora tenho que ir ver o COBRA e tentar recuperar a infância que não tive porque não vi o filme na devida altura.

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segunda-feira, abril 17, 2006

COBRETTI















Cá está ele para quem porventura passou pelos 80's sem conhecer a cara da personagem mais importante da cultura pop/mediática, sendo superado em penteado apenas pela Roxette! De resto não tenho grande coisa para dizer porque a fotografia diz tudo, ele é mau, tem extremo bom gosto tanto para roupas como para acessórios (palito de mogno no cantinho da boca e ironia das ironias nos dias de hoje todos querem uns óculos como os dele, custou a pegar moda mas foi - The Cobretti style), tem uma queda terrível para dar galheta e xinada em tudo o que é vilão, e tem o carro mais fixe de sempre! Idolatrado por meninos e desejado por meninas e pelo Resende, COBRA provou o seu valor vezes sem conta ao serviço da polícia da América sempre seguindo à letra o lema dessa mesma força "To serve and xinate"!
Pessoal tenho de ir porque acabaram de chegar os meus palititos de contraplacado (nem todos temos nível para os do COBRA!!!)

Não me lynches, ó david

Ha, ha, ha, primeiro um momento para me rir com gosto deste trocadilho maroto do título.



Agora sim, voltando a isto, tive a oportunidade de ver o Blue Velvet, filme de 86 do David Lynch, esse ganda maluco, que tem o hábito de fazer películas muito pouco lineares e escorreitas (podia meter outra piada aqui, referindo-me a outro filme do homem, mas acho que já provei que sou bom nisto das brincadeiras com a língua portuguesa, ou então, bom material para três temporadas dos malucos do riso e 17 espectáculos do fernando rocha, 14 dos quais preenchidos com carvalhadas) com um sentido de narrativa bastante surreal e personagens provavelmente criadas sob o efeito de uma ressaca de 22 (não, não estou a tentar citar os números do lost) drogas ilegais misturadas com uma boa ginja de Cantanhede.

Lembro-me de quando vi o Lost Highway, já há alguns anos, e no fim, depois da música do bowie voltar a tocar em cima da estrada (é o que se chama de elipse), ficar assim mais ou menos a ruminar com o cérebro: WHATDAFUCK?! Pensava eu, está-me aqui a escapar qualquer coisa (muitos anos púberes a ler a Agatha Christie) , talvez se vir o filme todo em câmera lenta apanhe umas pistas. Felizmente o meu vídeo não tinha essa funcionalidade, por isso o filme foi crescendo na minha cabeça a partir de memórias de algumas cenas marcantes (a casa em chamas, as filmagens no interior da casa, a cena no clube com o solo de saxofone desvairado, etc) e, principalmente da cara do gajo pálido e sinistro, que ainda hoje, quando me lembro, fico todo borradinho de miúfa e mando-me para debaixo da cama agarrado ao Livro do Senhor, que tem a palavra de Deus e do Ratzinger, esse neo-profeta que veio para nos salvar da internet.

Hoje em dia, no século XXI, aprecio muito esta película e, depois de ver o Mulholland Drive, o Homem Elefante, o Dune e a fabulosa primeira série do Twin Peaks tenho o David em muito boa conta. Daí ter deitado as unhas a um exemplar do já referido Blue Velvet. Em boa hora o fiz, caros leitores e exmo. Cardeal Ratzinger (deixe-me só escrever umas linhas e eu já deixo a net toda para si).

O filme coloca-nos numa típica cidadezita no interior da América, Lumberton, onde a madeira é rainha e "toda a gente sabe o que significam os aneís das árvores". Mas não, não é uma história de amor sobre dois lenhadores homossexuais (isto não vendia em 86), mas uma exploração sobre a violência e sobre o desejo. O ritmo é deliberadamente lento, acompanhando as aventuras de Jeff Beaumont, que começam quando descobre uma orelha humana num descampado. Isto despoleta uma narrativa central que envolve as actividades de uma pandilha de gangsters (cada um mais estranho que o outro, claro), mas o eixo principal do filme, digamos, o tema, é um quadrado amoroso que se vai formando entre os principais protagonistas que gravitam à volta do Beaumontzinho, que é muito inocente, ou não. O que é catita neste filme é o contraste entre o ambiente quase idílico dos cenários exteriores e a agressividade que os personagens carregam, subvertendo a lógica da bela e simples vidinha americana.

Há uns diálogos fabulosos, especialmente um em que o Frank (que é mau como as cobras) convida o Jeff para dar uma voltinha com a gangstalhada (talvez a melhor sequência do filme, quando o Lynch entra em territórios derivados da sua imaginação e dá rédea solta aos actores para abusar do estilo e até aparece um gajo maquilhado a cantar para uma lanterna como se fosse um micro). Há cenas de sexo violento, humilhação e violência pura e dura, mas não estão lá a mais, para chocar (olá Padre Amaro), têm um fim e justificam/são justificadas pela história. E, convenhamos, não me importo de ver a Isabella Rosselini nua, é verdade. O Dennis Hopper, felizmente, não aparece em pelota, mas tem um excelente papel. A banda sonora, primeira de muitas colaborações do David com o Angelo (Badalamenti) é do melhor, especialmente na cena final que, olhem só, também é uma elipse (isto cheira-me a filme noir).

Até dava uma notinha ao filme, mas o jone ainda não me ensinou esses esquemas de pontuação à jornalista de suplemento indiepseudocultural.

Frank Booth: You wanta go for a ride?
Jeffrey Beaumont: No thanks.
Frank Booth: No thanks. What does that mean?
Jeffrey Beaumont: I don't want to go.
Frank Booth: Go where?
Jeffrey Beaumont: On a ride.
Frank Booth: A ride? Hell, that's a good idea. Okay, let's go. Hey, let's go.

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sábado, abril 15, 2006

Papão

A Bala Perdida gostaria de anunciar que nada tem contra qualquer etnia, grupo ou crença religiosa, sendo que apenas pega em cenas do quotidiano que porventura lhe possam parecer ridiculas ou caricatas e limita-se a dar-lhe contornos mais cómicos que provavelmente para outras pessoas não o terão! Qualquer queixa poderá ser dirigida ao ex-Cardeal Joseph Alois Ratzinger em pessoa! Gostaríamos também de acrescentar que não tivemos nada a haver com eventuais polémicas que rodeiem determinadas caricaturas de Maomé porque, não somos escandinavos!










Devo avisar antes de mais que este post em nada se relaciona com cinema embora pudesse dar uma óptima pelicula nas mãos do oliveirinha!
É verdade "más frends", o Papa acabou de proclamar os novos pecados dos dias de hoje! Não contentes de terem adicionado à lista o matar alguém e o adultério, o nosso amigalhaço eclesiásticamente obtuso oficializou que navegar pela internet durante muito tempo, ver televisão durante muito tempo e ler jornais (suponho que também durante muito tempo) é pecadão e do grosso! Porque... o que era bem fixe era cada um voltar a ter a terrinha de outrém para cultivar, pagar tributos, andar em cima de jericós e, não esquecendo tá claro, andar o alto funcionário da igreja sempre por perto (entre amigos conhecido como El Inquisidor, sem relação nenhuma com este vosso caríssimo a não ser de origem do nome)! Isso sim eram tempos que ora se morria à fome ora nos davam umas pauladitas e faziam um churrasquinho com nóis até dizermos que sim senhora o Papa era o melhor no Arcanoid! Meu senhor Papa isso tem nome e chama-se de mau perder...
Hum... Dá que pensar o que nos esperará lá por volta de 2007, que mais pecados chegarão na volta do correio? Uma coisa é certa, se estás a ler isto é porque estás a pecar e não te dás conta mas vais arder no inferno, provavelmente durante uma eternidade, na qual só os primeiros 100 a 200 anos é que custam, depois habituas-te e já começas a fazer aquilo de olhos fechados. Tá claro que com um bocado de sorte, encontras por lá o nosso querido Papa, porque acho que ser parvalhão também é considerado pecado, e sempre lhe podes dar, como diria o nosso amigo Obelix, uns tabefezinhos e umas galhetas em sinal de apreço por estares ali!
Pelo menos fico contente por saber que a sociedade não pára de evoluir juntamente com as mentalidades!

P.s. - Isto tá bom é para o... COBRA!! Dispara em tudo o que é televisor, quando não os xina à facada; jornais - ou não sabe ler ou cumpre o mandamento à risca ao pôr o jornal dentro da churrasqueira, como quem diz "arde no inferno tentação"; já a internet, creio seriamente que tanto ele como o nosso amigo CPereira partilham genes comuns! O que cada vez mais me convence de que COBRA é o herói do futuro, para quem não o conhece aconselho vivamente a ir alugar uma videocasseta e ver... o que por si só constituíria um pecado em si... Tá dificil isto!

P.s.1 - Se o Papa é assim tão santo, porque é que entre amigos lá no Vaticano o tratam por Eminência? Não será pelo sua idolatria desmesurada por esse poço de vicio e pecado americano que é o Eminem! Senhor Papa não será porventura um pouco contra-senso andar a pregar por aí o que é pecado e não é, quando depois no calor do ninho se enche de correntes de ouro e diamante, mete roupa de básquete dez tamanhos acima e anda por aí a entoar "Yo yo mato-vos a todos, vou para a cama com a tua mulher, yo yo, sou o filho do Vanilla Ice, yo yo"!

Vale a pena pensar nisto


terça-feira, abril 11, 2006

bonecada















Já que veio à baila o assunto dos filmes para crianças por parte do Juanito com os seus seis volumes da aventura galáctica "Maranhal lá nos céus", deu-me para a nostalgia e não é que se me alembrou das minhas séries de bonecos preferidos quando eu ainda era um jovem sem grandes preocupações e a Teresa Guilherme ainda tinha a cloaca de cavalo e o cabelo à Rambo3 (neste momento as preocupações amontoam-se, já a Teresa Guilherme continua o mesmo cavalo mas gasta mais dinheiro em produtos de beleza e quem sabe alguns mesmo de higiene)! É isso mesmo, quando ainda não existiam sangokus por cá (sim porque o sangoku não andou na escola com o Camões nem com Viriato e o português que ele sabe é gajo para ser dobrado) e o 70X7 era o programa cultural do Sábado de manhã apresentado na rtp2! Nessa altura surgiram três séries de animação que eram o delírio da pequenada (incluindo eu mesmo sendo alto para a minha idade)! A primeira a ser mencionada e provavelmente a mais emocionante de todas falava de um grupo de felinos extra-terrestres que ao fugirem do seu planeta e vão ter a um planeta hóstil e lá andam à zaragata com uma mumia putrefacta bem fixe! THUNDER! THUNDER! THUNDERCATS! OHHHHHH! (este último oh foi um bocado esquisito) Os personagens de culto eram o Lion-O, a Cheetah, o Panthro, dois putos gato que não me lembro do nome, um moço gato que também não me vem à memória e um humanóide gato minúsculo que se alguma vez fizessem filme, seria protagonizado pelo Warwick Davies! Em tempos deu-se o rumor de uma adaptação live-action realizada por um cromo qualquer e com o Matthew Macóneguei (não sei como se soletra e não tou para ir ao imdb) no papel de Lion-O e Wesley Snipes no papel da pantera com nunchakus! Nunca passou de rumor! Definitivamente este é o desenho animado de sempre!
A segunda série que me vem à cabeça é o nada menos fabuloso He-man e os mestres do universo todo incluindo do universo do Lucas! Já este era um principe com uma espada maior que ele e com as palavras mágicas mudava de uma roupa muito George Michael para uma roupa ainda mais George Michael! Mas isso não interessa porque era bem fixe e o Skeletor levava sempre na tromba e havia sempre a She-ra por perto que era bem bo... engraçada! A adaptação live action fez-se em 1987 pela mão de Gary Goddard com um Dolph Lundgreen no papel de He-man que pouco ou nada falava de inglês! Isto sim foi um filme bem fixe que mais parece um star wars revisited mas que continua a ser o maior!
Por fim veêm os Transformers e isso é que era o delírio! Eles eram Robôs humanóides que se transformavam ora em veículos ora em armas! o Puro delírio tudo isto acompanhado de enormes campanhas de merchandising de forma a podermos ter em nossa própria casa imitações menos coloridas daquilo que víamos no ecrã! Isso sim eram tempos, em que a bonecada era bué baril!
Nos dias de hoje felizmente continuam-nos a surpreender os bonecos feitos por Bruce Timm e as aventuras do nosso Dark Knight e mais recentemente (aconselhado a todo o bom fã de comics) Justice League Unlimited onde o desenho animado para crianças já começa a revelar algumas preocupações para um público mais maturo! Ou seja, tanta palavra para chegar aqui! Digam lá se não estão contentes de ter ficado comigo até ao fim! Só por isso cá vou pôr uma grande deixa desse que é um dos melhores filmes de sempre - "Cobra":

"(dentro de um supermercado, um doidivanas cheio de reféns vira-se para o COBRA, cheio de arrogância não sabendo o que o espera)
(doidivanas) - Não avances mais meu, tenho aqui uma bomba!!!!
(COBRA) - Não me interessa!!
(doidivanas) - Estás louco porventura, eu expludo tudo isto!! Morremos todos e tal!!
(COBRA) - Força, eu não faço compras aqui!!!!"

Vale a pena pensar nisto, boa noite

sábado, abril 08, 2006

Star Wars

Aquando da minha busca desesperada por uma imagem da capa da melhor Vanity Fair de sempre (ver um post aí em baixo que se intitula "Nudeza Feminina") encontrei aquela que foi concerteza a segunda melhor capa de sempre.

O Star Wars, esse produto do sonho popular americano que, se vê enquanto se abre uma coca-cola e se veste uma camisola do mickey, que desperta paixão nuns (sim, eu sou um grande fã da Leia) e ódio noutros é um marco incontornável do cinema moderno. A imagem que a Vanity Fair nos vende é simplesmente incrível e dá-nos na mesma frame todos os personagens (ou os actores - se bem que no caso do Mark Hamill, não se sabe muito bem quem é quem). Ao vê-los ali assim todos juntinhos a posar para a foto, só me apetece pegar nos dvd´s, fechar-me na sala e ver os 6 filmes de rajada, mas como é óbvio para os matemáticos ou para alguém que saiba somar, seria a base de uma boa desidratação cometer a loucura de ver os 6 filmes seguidos - pouco mais de 13 horas para os 6 filmes. Comparável só mesmo os fãs (refira-se ligeiramente perturbados) do senhor dos anéis que mamam 9 horas de filme seguido quando vêem a triologia de um só trago. E os que se alimentam de anti-depressivos ainda vêm a sequela (que é o mesmo que dizer o senhor dos anéis 4) que em vez do Frodo tem um Macaco a protagonizar o filme (assim para igualar as 13 horas dos star wars). E para além disso, há ainda o dilema de não se saber muito bem como é que se há-de ver os filmes. Pode-se começar pelos que foram feitos 1º (ou seja a segunda triologia) ou pelos que foram feitos depois (obviamente a 1ª). Eu cá defendo que elas sejam vistas pela ordem que foram feitas (até porque, não me venham com tretas, o Lucas foi escrevendo aquilo à medida que ia fazendo os filmes - a única coisa que ele tinha que mostrar era o puto a transformar-se no Vader, ou mais alguém acredita, para além do Tino, que ele tinha escrito aquilo tudo desde os anos 70?). E assim evita-se comer os efeito manhosos da altura (que na época eram, claro, brilhantes) depois de ver os efeitos brutalmente executados pelos amigalhaços da ILM do Episódio 3 (de fazer a Weta Workshop - sim a dos anéis - a arrancarem teclas dos computadores uns aos outros e mandarem os ratos às paredes).

Quem conhece a guerra das estrelas (e quem não conhece também), sabe bem que esta imagem é estupidamente brilhante até porque nos mostra a mesma personagem em 3 fases diferentes do seu persurso cósmico (ok, estava a tentar dar alguma graça a isto, chamemos-lhe apenas vida), assim como o seu filho (que é mais velho do que ele - estranho não é?) e a sua namorada (a Padmé - Natalie Portman) que é mais velha do que o Anakin (quando é puto). Brilhante! Para quem nunca viu não entrem em pânico. Passo a descrever em breves linhas o conteúdo fundamental - e depois não digam que aqui o Juanito não é vosso amigo!

Havia um puto (Anakin - Jake Lloyd) que tinha fantasias eróticas com uma tipa bem gira (Padmé - Portman). Quando o gajo cresceu essas fantasias intensificaram-se e ele ganhou coragem e disse à gaja o que sentia. Ela como tinha nuances pedófilas, acabou por ceder à pressão do então já adolescente Anakin (interpretado agora pelo Hayden Christensen). Estes foram os 2 primeiros episódios. No fim do segundo a mãe do Anakin morre de desgosto porque o filho andava com uma mulher bem mais velha do que ele (ou se não foi por isso foi por outra coisa qualquer - vejam o filme), e o puto pensa que ela foi morta por uns tipos que vivem no deserto, fica furioso e mata-os a todos. No terceiro epidódio, os dois pombinhos consomem a relação e o gajo desiludido com o acto sexual, passa-se para o lado negro da força tornando-se no temível vilão com respiração artificial, sim o Darth Vader. Infelizmente a Padmé morre ao parir duas belas e saudáveis crianças - a princesa Leia e o Luke Skywalker - que são entregues para adopação a duas famílias que vivem em planetas diferentes. No episódio 4 (o primeiro de todos realizado nos 70´s) o Luke sente o chamamento da Força (deve ser tipo um gajo quando é chamado para ser Padre), e vai à procura não se sabe bem do quê. Sai de casa e compra 2 robôs, que o levam até à sua irmã. Depois é tudo tanga, e acho que ele descobre que o Darth Vader é pai dele, e fica muito triste e a gritar "No!" agarrado a um poste. Este momento é particularmente interessate porque é quando o Mark Hamill atinge o clímax da sua carreira (é o meu momento preferido do filme), e revela o bom actor que é (depois disso não há registo do gajo ter feito mais nenhum filme, à excepção claro do episódio 6 - o regresso do jedi). Neste último episódio, o Luke convence o pai (ex-Anakin, agora Darth Vader, futuro Anakin) a pôr fora o cartão de associado ao lado negro da força (os Sith) e a voltar para o lado bom da força (os Jedis). E o gajo volta, mas ao retirar a máscara para beijar o filho esquece-se que esta é fundamental para a sua sobrevivência e morre.

Agora que já sabem a bela história podem compreender melhor o porquê da importância desta imagem. E o melhor é podê-los ver ali lado a lado como se fossem bons companheiros. Por exemplo o Chebacca, que é por ventura o personagem mais interessante de todos (sem contar claro com o Jar Jar), está igualzinho ao primeiro filme (assim como os robôs) mas já o Harrison Ford, está bem mais velho do que quando andava nas suas andanças na nave e se chamava Han-Solo. A princesa Leia, que também é bastante encantadora no filme, é agora um mulher de meia-idade (ou mais) e abraça-se ao Solo (posterior Indiana Jones) com todas as suas forças para ver se o gajo a leva para uma das suas aventuras. E depois no cantinho inferior direito temos a maior estrela de todos os tempos do Star Wars: o Luke Skywalker – Mark Hamill. Ali sentado, como quem não quer a coisa a fazer o ar de matador que lhe valeu o papel da carreira (e o único digno de referência). É com muita pena minha que ele tenha sido afastado da ribalta, porque o desempenho dele na 1ª (2ª?) triologia é mesmo brilhante (não se preocupem em perceber se eu estou a ironizar ou não, porque nem mesmo eu sei).

Portantos, desculpem a extensão da escrita, mas esta ‘magem é mesmo bonita!... É como as festas! (trocadilho com uma linha do Português Noir – esperem e verão!).

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quinta-feira, abril 06, 2006

Isto não é só filmes



Como um gajo não pode ir todos os dias ao cinema, a menos que goste muito do Oliveira e da Bessa Luís para ir ver "O Espelho Mágico" ao centro comercial mais bonito do mundo (é mesmo verdade, ganhou um prémio da treta ), arriscando a vida (e a carteira) para ir ao outro lado do rio, dirigi-me às Galerias #PUBBLOCK# para ver o que se passa na cena portuguesa do roque e do pós-roque, como lhe gostam de chamar os tipos cultos das revistas de música.
Desde esse acontecimento chamado Gift (uma bela prenda, realmente) que tinha perdido a minha fé na música da cena da Costa Oeste (da Europa), eu, que quando andava no liceu não me metia impressão nehuma meter Primitive Reason, Pixies, Zen, Flaming Lips, Blasted Mechanism (antes de se virarem para o techno e para o pseudo-étnico aquilo era do melhor) Radiohead, Pavement, até os Flood e outros que tal no mesmo saco e dizia, convicto e, provavelmente já embriagado, numa discussão de café, ou no recreio a jogar à bola, não me lembro: "A música portuguesa ainda vai salvar o mundo!". Depois, essas bandas portuguesas desapareceram todas ou, pior, mudaram de orientação para coisas muito más (sem chegar aos calcanhares dos Gift, porém).
Portanto, ontem as minhas expectativas não eram muito altas e, ainda por cima havia a ressaca do Benfica e uma grandiosa festa na microrepública da Couraça dos Apóstolos à minha espera. Os primeiros gajos a tocar chamavam-se (via Mão Morta, que me esqueci de referir atrás, estes ainda fazem música boa) Veados com Fome e esgalhavam uma onda mais ou menos pós-rock (estou-me a repetir portanto), duas guitarritas e uma bateria martelada por um gajo com o cigarrito da praxe pró estilo. Este batera era um bocado bruto, não contribuindo muito para criar uma paleta de ambientes mais vasta, que os guitarreiros tentavam de vez em quando desenhar. Os temas eram também muito curtos (não sei os nomes mas acho havia um chamado Sandes e outro, Nélson), começava-se a ter umas noções de construção de certas coisas mais interessantes, mas depois ficavam por uns arremedozitos e pronto. Os melhores momentos aconteciam quando as guitarras se juntavam mais (tipo duas vozes, Iron Maiden e tal) e a bateria acompanhava, a coisa ganhava uma qualidade, digamos, sónica. E houve um tema mais para a coboiada que também era porreiro. Eram de Sto.Tirso, tá-se mesmo a ver.
Depois, de Lisboa, on the right corner, os lavagante, ou lagosta ou Lobster, só dois rockeiros, um gajo com uma SG, parecia-me, (é uma guitarra ó zé) com som de motoserra e um baterista meio lunático. Tentaram partir tudo, mais numa de stoner rock/trash/hardcore/speedmetal (ui!) com uma estrutura de improvisação meio jazzística (isto parece uma daquelas pseudocríticas do Blitz - vaderetrosatanás). Gostei mais destes, especialmente do martelanço do batera que parecia que estava a espancar estudantes franceses à bastonada e ao pontapé. Aqui havia alguma lógica em manter os temas mais curtos, para aumentar a violência na sala e incitar ao motim (que não aconteceu porque claro que não estava lá muita gente, isto não são aqueles gajos do poprock, os Linkin Park, no Pavilhão Atlântico - tenham muito medo). Às vezes também se perdiam em exercícios inuteís, mas para contrabalançar houve momentos de puro delírio metronómico a altas rotações e escavacanço de material (nem eu percebi isto que escrevi).
Isto tudo para dizer que há fé na música em Portugal e os Gift devem ser exportados com a cortiça para a América e nunca mais voltar. Se quiserem ouvir cenas das bandas vão aos links do my space que eu deixo aí só pra vocês. E um aplauso para as Galerias por terem concertos durante a semana, que acabam à meia noite, não comprometendo o pessoal trabalhador como eu.
Fiquem bem, fat props (para vocês, Gift, não).

Lobster

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quarta-feira, abril 05, 2006

THE movie

Pessoal, acabadinho de sair do meu site preferido onde por vezes até se me aqueimam as retinas (não, não é nenhum site xxx nem mesmo o do vin diesel :D perceberam? Vin Diesel, ai ópá) acabei de saber de mais uma boa razão para esperar pelo ano de 2007, mais concretamente Julho de 2007! Data de estreia da família amarela mais amada por esse mundo fora - The Simpsons the movie! ai pois é, o teaser já anda por aí a circular e Homer e o seu gang não estão para brincadeiras! Tá já a ir para tudo o que é site respeitável a tentar visionar o dito! Nunca o Super-Homem esteve tão bem no ecrã! Viva o Homer, a Marge, o Bart, a Lisa, a Maggie e pronto vá lá, o Guterres que nunca perde o seu comboiinho aí pela Europa, ouvi dizer que ele anda aí pelo Alpe 3º a contar do fundo!

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